Rambo 5 se passa anos depois do primeiro filme dessa ótima e famosíssima franquia, e mesmo assim o padrão ação ainda é o forte, apesar de o nível variar entre um e outro. Ao meu ver, o primeiro longa é o mais emblemático, pois conhecemos o personagem e todo o seu background, e no final entendemos que ele possui fantasmas dentro dele dos quais não consegue se desconectar, algo muito comum em pessoas que vão para a guerra.
Esse filme já começa do ponto em que terminou o quarto filme, mostrando John vivendo na fazenda que era do seu pai, e, a depois disso, passaram-se anos de calmaria ao que se nota. John vive com uma ama de casa (Adriana Barraza), que mora ali, trabalhando para o pai de John há anos já, e junto com ela, vive sua neta, Gabrielle (Yvette Monreal), pela qual John tem muito carinho e trata como uma espécie de filha. Vemos essa relação dele com ela de uma maneira bem natural, como se finalmente ele tivesse encontrado uma família por fim, uma razão de viver.
Mas algo precisa dar errado para podermos ver o protagonista em ação, descobrimos que o início disso tudo é que Gabrielle quer encontrar seu pai, que a abandonou quando criança, e vai até a fronteira do México. O grande problema é que a partir daí algo horrível ocorre com ela e obviamente, Rambo vai atrás. Infelizmente, ao que vemos, os Cartéis Mexicanos têm um grande poder nessa região, e nisso a polícia, além de não poder fazer nada, ainda é corrupta, colocando os cidadãos locais em uma situação na qual eles também não podem fazer nada, ou seja, nesse aspecto mesmo, a justiça feita com as próprias mãos parece a única justiça que pode ser feita por ali, isso se você conseguir.
O filme tem um ritmo bem parado, lembrando o primeiro longa, que foca no enredo, na trama. Apesar de não ser algo nada extraordinário, você se entrega, mesmo tendo, em alguns momentos do filme, cenas que forçam muito a barra. Porém, se tratando de um filme em que um homem é quase invencível, acabamos relevando certas coisas. Se você gostou do primeiro longa, pode entender certa similaridade com esse de agora, pois a ação de verdade só ocorre no final, igual ao primeiro. E não sei se é por razões de orçamento, mas o terceiro filme com toda certeza é o que mais gastou com o pacote ação. Esse teve um gasto mais modesto.
Adrian Grutenberg segue a direção do filme com, obviamente, o roteiro de Sylvester Stallone. O filme só nos entrega uma ação de verdade no final do 3º ato, quando vemos uma violência gratuita, não igual ao quarto filme, mas ainda assim, com grande violência. Tivemos uma espécie de gato e rato nesse longa, algo que não é realmente uma novidade visto que Rambo sempre foi um sobrevivente, e encurrala seus inimigos e os pega um por um. A diferença é que neste longa vemos isso de uma forma diferente, em sua casa, de uma maneira criativa.
Rambo 5, é de longe o mais ‘fraco’ dos filmes desta franquia, entretanto não me entenda mal, o filme é bom, é ok, vale a ida ao cinema. Ele nos mostra que o personagem é quase imbatível e por mais que tente, a guerra vive dentro dele, não importa o tempo que passe. O filme tinha tudo para encerrar de uma bela maneira esta franquia, mas por razões desconhecidas, isso não ocorre. Agora só podemos esperar para ver o que irá ocorrer com o personagem.
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