Os Parças 2 é a continuação do filme homônimo de 2017, que apesar de não ser memorável, conseguiu arrancar risadas e acabou como a quarta maior bilheteria nacional daquele ano, que teve O Último Jedi como o campeão. O problema é que o filme de 2019, dirigido por Cris D’Amato (S.O.S – Mulheres ao Mar 1 e 2), não funciona tão bem quanto a de seu antecessor.
Os Parças 2 começa, quase que imediatamente, após os eventos do primeiro filme, contando o que aconteceu com Ray Van (Whindersson Nunes), Toin (Tom Cavalcante), Pilôra (Tirullipa) e Romeu (Bruno De Luca) após a festa de casamento conturbada de Cintia (Paloma Bernardi).
No primeiro longa, os parças organizam a festa de casamento da filha do maior contrabandista da Rua 23 de Março, o temido Vacário (Taumaturgo Ferreira). Depois de muita confusão, Romeu acaba ficando com a moça e também com uma parte da grano do sogro para si e para seus amigos.
O segundo filme começa com os três amigos esbanjando e acabando com um hotel de luxo na cidade. Eles esperam por Romeu, para pagar o hotel e seguir a vida com todo o dinheiro. O problema é que quando Romeu chega, ele conta que seu sogro foi preso e que fez uma delação premiada que levou seu perigoso chefe, o China, para a cadeia. O mafioso jurou vingança, por isso Cintia saiu do país e deixou todas as consequências para Romeu, já que com seu sogro na cadeia, sua mulher fora do país, ele é o próximo na linha de vingança.
A partir disso, os parças vão trabalhar em uma decadente colônia de férias para arrumar dinheiro para que Romeu possa sair do país e para que possam pagar suas dívidas também. Aqui eles se deparam com alguns adolescentes (bem estereotipados) que estão instalados na Periquito Alegre e com a inspetora da colônia vizinha, interpretada por Mariana Santos, e seu grupo de adolescentes.
Os Parças 2 é um filme perdido, sem muito contexto, e que infelizmente, se alimenta de estereótipos e piadas prontas para arrancar alguma risada. Muitas informações são jogadas sem nem ao menos digerirmos outras. Por conta disso, o filme não cria um laço com o telespectador, não o envolve de nenhuma maneira, nem mesmo para o fazer rir. O que faz parecer que os produtores pegaram diversas esquetes e artistas e simplesmente colocaram de qualquer jeito dentro da 1h40 de filme.
Uma cena que deixa isso claro é quando as duas colônias, para resolver suas diferenças (quais são as diferenças?! Eu não sei!), resolvem criar uma competição esportiva para ver qual equipe seria a melhor. Nisso, em uma partida de futebol, do nada (realmente do nada) chega o jogador de futsal Falcão pedindo para jogar no time que está perdendo no momento (o time dos parças). Ele marca um gol e sai de cena. É isso.
O longa ainda conta com a presença de Simone (da dupla Simone e Simaria e não a cantora natalina, como eu imaginei) que aparece para cantar em uma festa, Fabianna Karla que interpreta a camareira gordinha e sexy (como sempre) e também conta com a presença do jogador Amaral, que interpreta o motorista do ônibus, no qual aparece super natural e engraçado, o triste é que, como já disse, utilizam sua aparência como piada.
Não que o filme seja horrível, ainda é possível rir com algumas cenas, mas a crítica aqui vai para o roteiro que não conseguiu criar uma história coerente, nem desenvolver os personagem como qualquer filme deveria. Aparentemente, a intenção foi apenas usar o nome da franquia e dos atores para chamar a atenção. Tanto que aqui conseguimos ver João Canabrava e José Ribamar, personagens famosos de Tom Cavalcante, que passeiam pela trama, assim como Roni de Whindersson Nunes e até mesmo “brincar” com o passado gordinho de Bruno De Luca.
Ou seja, se você não se conecta com os atores, nem mesmo com suas histórias e antigos personagens, é possível que Os Parças 2 não funcione para você. Aliás, como não funcionou para mim, que conheço os atores, seus personagens e histórias, com certeza não irá funcionar para você! Independente disso, o filme ainda funciona pela trilha sonora, com a música criada e cantada por Whindersson e Tirullipa, que é melódica e anima as cenas.
Os Parças 2 faz o que muitas das comédias brasileiras costumam fazer: pegar atores talentosos e duvidar da sua capacidade, criando um filme preguiçoso e estereotipado que compromete a experiência do telespectador. É uma pena!
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