Se me pedir uma definição rápida sobre o que achei de Jogador Nº 1, digo que trata-se do filme mais divertido de Spielberg desde o primeiro Jurassic Park e o mais emocionante desde ET. É praticamente um jogo feito para ser visto no cinema na maior tela possível.
Desde o primeiro segundo de tela, Spielberg nos transporta para um ambiente futurístico distópico onde sem emprego e oportunidades no mundo real, a população se acomoda em residências feitas de trailers e contêineres, praticamente uma favela cyberpunk, onde seus moradores passam o tempo todo conectados ao OASIS, uma realidade virtual onde cada um pode ser quem desejar (e aqui nosso protagonista opta por não ser o Batman, vai entender).
Interessante notar o paralelo que o filme traça com a realidade, onde para fugir de uma vida sem oportunidades, as pessoas recorrem a uma “vida virtual”, onde é possível simular aventuras, viagens e viver uma vida de mentira.
A diferença é que no OASIS é possível que a pessoa, através de seu avatar pode conseguir sempre um upgrade, através de provas e desafios que participa e pode herdar o controle da empresa criadora do jogo, após encontrar três chaves escondidas pelo seu criador James Halliday, numa atuação tocante e caricata de Mark Rylance (Dunkirk), que vale cada segundo seu em tela.
O prêmio maior para aquele que encontrar as três chaves do OASIS desperta a ganância da IOI, uma empresa gerenciada por um antigo estagiário de Halliday e preocupada apenas com os lucros, ao ponto de sua equipe ser composta quase que em sua totalidade, de jovens nerds (aqui a estereotipação come solta) que servem como um exército da IOI dentro da OASIS.
O que parece ser uma trama cheia de complicações torna-se algo simples, divertido e cada vez mais envolvente a medida que o tempo vai passando. E cada segundo de tela é um presente para o espectador mais nostálgico, principalmente aqueles que passaram dos 30 anos (obrigado Atari!). O filme ainda é recheado de participações de personagens de outras franquias de filmes, jogos e quadrinhos (não consegui encontrar ninguém da Marvel).
Levar uma criança para assistir Jogador Nº 1 será como transportá-la para dentro de um jogo tamanha a imersão proporcionada e o apego com a história de um jovem que poderia ser qualquer um da sala de cinema, que encontra no seu personagem favorito o escape de uma vida que as vezes não é como ele gostaria.
Talvez, a maior mensagem transmitida através de Jogador Nº 1 é a real semelhança com uma sociedade que transporta completamente sua vida para o online, esquecendo-se que a diversão, as melhores refeições, amizades e o amor de verdade acontece no “offline”, porque como diria James Halliday: “ele é real”.
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