O primeiro episódio de Zumbilândia estreou em 2009, e dez anos depois, Zumbilândia Atire Duas Vezes apresenta novamente a fórmula já extremamente desgastada dos humanos lutando pela sobrevivência contra mortos-vivos, que nem chega mais a surpreender.
Filmes pós-apocalípticos já não eram novidade no mundo do cinema dez anos atrás, nem mesmo se considerarmos o lado comédia, pois podemos apontar uma infinidade de filmes que levam essa “luta” para um tom cômico e trash (alguns extremamente de mau gosto, diga-se de passagem). Porém, se nada mais nesse gênero é inovador, podemos ainda, ao menos, nos entreter com uma história bem contada e que não se leva a sério demais.
(Divulgação/Sony Pictures)
Esse é o traço mais forte do primeiro Zumbilândia e agora de seu sucessor: Zumbilândia Atire Duas Vezes. Os zumbis estão por aí à solta, procurando humanos desprevenidos para devorar, e os humanos aprenderam a sobreviver nesse meio hostil. Muito dessa sobrevivência se deve àquela série de regras agora estabelecida e conhecida de quase todos. Ocorre que, depois de um tempo, os zumbis estão evoluindo, e as regras precisam ser reavaliadas. No entanto, há sempre um lado pastelão que acaba ofuscando qualquer tentativa de conferir dramaticidade ou profundidade à história, e percebemos que o objetivo da produção é justamente esse: rir de si mesma, não importa o que aconteça.
O quarteto principal continua o mesmo, e as reviravoltas de Zumbilândia Atire Duas Vezes acabam seguindo um caminho muito parecido com o do primeiro filme. Ainda assim, o novo episódio não quer ser melhor que o outro, nem aproveitar a marca só para vender mais ingressos. Há uma assinatura própria, que fica bem evidente com a inserção de novas situações e novos personagens muito engraçados, apesar de caricatos ao extremo.
Na ponta do enredo, apesar da falta de originalidade, conseguimos novamente entrar no universo da trama e rir daquelas situações bizarras sem estranhar o humor mais escrachado, e as piadas se encaixam no tempo certo, sem forçação de barra, inclusive conectando-se com o mundo real em referências a séries e filmes de zumbi.
Os atores desempenham muito bem suas funções, e ainda que o intervalo entre um episódio e outro seja muito longo, todos estão muito afinados e entrosados, fazendo parecer que os dois filmes foram filmados em sequência. Tudo bem que o gênero não representa um desafio para esse elenco mais que premiado, mas é importante ver que eles respeitaram seus papéis originais e conseguiram transmitir essa sensação para o público. A adição de novos personagens, como já comentamos, casou perfeitamente com o clima e vai arrancar risadas do público o tempo todo.
Mas não se espante se os trailers não corresponderem a suas expectativas. Alguns momentos podem um tanto arrastados, e há certas ligações que o roteiro pretende construir e acabam se perdendo. Por exemplo, cria-se uma expectativa de que os zumbis vão assumir um protagonismo maior, o que acaba ficando frustrado e esquecido meio sem explicação. De todo modo, o filme é divertido e acabamos nem nos atentando a isso.
Apesar de não ser obrigatório, é importante ter visto Zumbilândia de 2009 para conseguir aproveitar ao máximo Zumbilândia: Atire Duas Vezes, principalmente porque é preciso estar inserido no universo para entender as piadas. Fora isso, tem tudo para agradar à maior parte do público, porque consegue ser uma aventura leve e divertida, sem dramas existenciais, nem reflexões profundas sobre a sociedade. Só não recomendamos mesmo para quem não aprecia o gênero, porque aí pode ser um pouco maçante.
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