Manou cresce acreditando que ele é uma gaivota como seus pais. Ele se esforça para nadar, pescar e voar como eles, mas não parece muito talentoso. Para o seu grande choque, ele descobre que foi adotado como um filho de uma prole considerada amaldiçoada – as andorinhas. Sua família ainda está ao lado dele, alegando que ele é um pássaro como eles. Especialmente seu irmão gaivota, Luc, o admira. Uma noite Manou não guarda os ovos da comunidade e os entrega aos ratos. As gaivotas estão indignadas e Manou é expulso de casa. Totalmente desapontado, ele sai de casa e tropeça em Parzival, uma ave engraçada que não pode voar, mas acaba se tornando um essencial amigo. Manou descobre o jeito “andorinha de ser” com seus novos amigos Yusuf e Poncho, quando ele esbarra em Kalifa, uma deslumbrante andorinha. De repente, ele é surpreendido por uma paquera, que está acima de todos seus outros problemas. São muitos os obstáculos, como ratos que sequestram ovos e uma grande tempestade que ameaça as gaivotas. Manou está empenhado em salvar os dois – corajoso como uma gaivota e inventivo como uma andorinha.
Novamente temos aqui a premissa do patinho feio, e apesar de a produção repaginar as espécies, todos os elementos da clássica história marcam presença, tornando-a clichê e previsível até mesmo para as crianças, que estão cada vez mais exigentes e não engolem mais qualquer coisa.
A modelagem dos animais tem um visual “plástico” e a movimentação é truncada, dando um ar de amadorismo para a animação. Inicialmente até pensei que pudesse ser uma decisão da equipe de criação em usar este estilo, mas ao observarmos os cenários e outros objetos que não necessitam de uma movimentação, vemos que a falha é mesmo dos modelos dos seres vivos presentes na produção, pois os itens de background estão com um ótimo acabamento.
Logicamente por se tratar de uma animação que tem como alvo o público infantil, já temos em mente que devemos nos despir de exigências relacionadas ao quão próximo da realidade a animação pode ser. O ponto é que aqui, temos diversas falhas lógicas até mesmo relacionadas entre as interações dos animais, levantando a preocupação de quanto disso vai ser absorvido pelos espectadores mirins.
O protagonista Manou é apresentado como uma andorinha, mas sua modelagem está aquém da espécie citada, talvez a equipe de localização tenha optado por apresentar na dublagem uma ave mais conhecida, mesmo que visualmente se distancie muito da realidade, facilitando assim a aceitação da criançada. Mas novamente entramos naquele questionamento, até que ponto as crianças vão erroneamente assimilar aquele tipo de ave com o nome apresentado?
A continuidade da produção também sofre com engasgos. O filme é basicamente um compilado de diversas cenas independentes e o filme sofre ao tentar costurar essas partes, deixando várias lacunas nas quais, de uma sequência para outra, temos diversos cortes abruptos e saltos temporais muito esquisitos.
Sem dúvidas não podemos levar tão a sério estes pontos, mas as crianças hoje em dia estão com um senso crítico cada vez mais apurado e não aceitam facilmente qualquer coisa. Apesar da animação ter um ar carismático, os pontos falhos infelizmente sobrepõem os acertos.
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