Upload é a nova série da Amazon Prime Video que você vai querer maratonar. Com uma mistura de Black Mirror e The Good Place, produzida por Howard Klein e Greg Daniels, o criador de Parks and Recreation e The Office, futurista e muito engraçada, com uma grande quantidade de piadas de humor sarcástico.
E vamos para a crítica, como de costume, sem spoilers.
A história de Upload se passa nos anos 2033 e é focada na vida, ou melhor, na morte de Nathan Brown (Robbie Amell), um desenvolvedor de aplicativos, que após sofrer um acidente com seu carro automático, precisa escolher entre fazer uma cirurgia e possivelmente morrer de maneira normal, ou ter sua consciência levada para o Paraíso Virtual de Upload. O protagonista escolhe a segunda opção e vai para uma espécie de hotel de luxo chamado Lakeview, onde a família de sua namorada possui espaço ilimitado.
Apesar de um enredo um tanto previsível, em que Nathan é jovem, inteligente e bonito, porém esnobe e presunçoso, mas acaba indo em busca de uma redenção no paraíso, tal qual ocorre em The Good Place com Eleanor; e o romance do protagonista com a sua responsável pelo atendimento ao consumidor, a Angel Nora (Andy Allo), Upload é muito criativa e divertida de assistir.
Vamos acompanhando a incrível química dos dois atores, Amell e Allo que desenvolvem a história e nos mostram o universo de Lakeview, com cafés da manhã ilimitados, avatares das pessoas mortas, “anjos” e suas peculiaridades, um funeral digital e até mesmo um traje especial para que os “bios” possam ter experiências sexuais com os falecidos através de VR.
A semelhança com Black Mirror é evidente, mesmo o ator principal comentou com o criador, dizendo que lembrava muito a série, porém Daniels pensava em criar a série muito antes e acreditou que as pessoas estariam bem mais receptivas ao enredo após Black Mirror. Porém Upload é realmente única.
Além do enredo humorístico, do romance entre os personagens e do suspense em torno da morte de Nathan, que parece ser proposital, a série traz uma crítica social perceptível, que apimenta o roteiro. Tudo no futuro pode ser comprado, inclusive o paraíso. A sociedade capitalista tal qual nós conhecemos é intensificada.
Quem pode pagar os altos valores para ir para o Paraíso, pode também estender a sua “vida” e encontrar com familiares e amigos. Quem não pode pagar tanto, mas pode pagar, ainda assim, um pouco, tem a opção dos outros andares do “hotel de luxo”, que vai descendo até alcançar o porão, conhecido como 2 gigas, porque os ocupantes têm direito a apenas 2 GB de dados, se utilizarem tudo, acabam paralisados até o pagamento de mais dados.
Outras duas críticas também são levantadas por Upload. A primeira sobre a nossa privacidade digital, invadida constantemente pelas grandes corporações que utilizam os nossos dados para proveito próprio. E a segunda, sobre as nossas conexões humanas, cada dia mais virtuais, em um universo de aparências e temporalidades curtas.
Com tudo isso, a série é uma boa pedida para maratonar e promete uma segunda temporada. Os episódios são curtos, de mais ou menos 30 minutos e você fica verdadeiramente preso no enredo, sem perder aquela piscadela sarcástica direcionada para você. Nessa quarentena com tantas ligações virtuais e encontros a distância, você não vai querer perder Upload.
Você pode conferir a primeira temporada de Upload no Amazon Prime Video. E aí? O que você achou? Comente aí e deixe sua sugestão.
Quer saber mais sobre séries? Inscreva-se em nosso canal do YouTube.
Deixe um comentário