Uncharted: Fora do Mapa enfim chegou aos cinemas, após anos de especulação, fancast e todo tipo de rumor que se possa imaginar quando se trata da adaptação de uma obra querida, seja ela uma HQ, jogo ou livro.
E Uncharted não é um jogo qualquer, a franquia criada pela Naughty Dog surgiu um momento de transição na tecnologia dos consoles (o primeiro jogo foi lançado para o PlayStation 3), onde grandiosas sequências de ação oriundas do cinema passaram a fazer parte também dos jogos de maneira geral. E conforme a franquia conquistava o grande público, as sequências de ação tornavam-se maiores e novos personagens eram incorporados aos jogos.
Com uma franquia de jogos tão grandiosa e lucrativa, era questão de tempo para que a marca chegasse também aos cinemas. A questão é: como criar uma franquia fiel aos jogos e que agrade também o grande público, aquele que está tendo o contato com os personagens pela primeira vez?
Entre inúmeras trocas de diretores e atrasos de gravações, a Sony confiou o roteiro do longa a Rafe Judkins (A Roda do Tempo), Art Marcum (A Sombra do Medo) e Matt Holloway (A Sombra do Medo), os três foram responsáveis por escrever a história de origem de um jovem Nathan Drake, inspirada, mas não conectada a nenhum dos jogos.
Ao escalar um protagonista mais jovem que nos jogos, é de se especular que a Sony espera que a franquia tenha vida longa nos cinemas tal qual no PlayStation. E para isso o estúdio pegou pesado, trouxe para o longa aquela que é a sua maior estrela atualmente: Tom Holland, o Homem-Aranha.
E o ator não decepciona, embora ainda pareça estar ligado no modo “Peter Parker”, é visível que o jovem ator se preparou para o papel, principalmente no quesito físico. Se no ato de sua escalação existiram críticas a escolha do ator, bastam poucos minutos de cena para perceber que Tom é o nome certo para o papel.
O problema de Uncharted: Fora do Mapa é que Tom Holland sozinho não consegue carregar o filme nas costas. A escalação de Mark Wahlberg como Sully mostrou-se o equívoco alarmado pelos fãs: o problema não é seu personagem se distanciar quilometricamente de sua versão dos jogos, o problema é que o Sully de Wahlberg se mostra como qualquer personagem já interpretado pelo ator em filmes como Ted, Transformers: O Último Cavaleiro e Os Outros Caras.
Se pouco há para se falar de Wahlberg, pode-se dizer o contrário de Sophia Aly, a intérprete de Chloe Frazer (que só aparece no segundo jogo da franquia) consegue se destacar em meio a nomes mais conhecidos de Hollywood que parecem estar ali de maneira completamente aleatória.
Aliás, aleatoriedade parece ser a palavra correta para descrever Uncharted: Fora do Mapa. A direção pouco inspirada de Ruben Fleischer corrobora com isso ao fazer do filme um misto genérico de A Lenda do Tesouro Perdido, O Código Da Vinci e Tomb Raider. A previsibilidade das cenas de ação interfere até mesmo no charme que ronda os filmes de caça ao tesouro e seus mistérios que transformam os espectadores em verdadeiros exploradores.
Uncharted: Fora do Mapa não é um desastre, mas falha ao extrair a essência dos jogos e entregar um longa que se afaste de outros tantos filmes que abordam a caça ao tesouro, e isso fica evidente quando até mesmo cenas retiradas dos jogos causam pouco efeito nos espectadores ao serem apresentadas numa enorme tela de cinema.
Pelo jeito, a Sony precisará explorar ainda mais a fundo os segredos da franquia de jogos para entender o tesouro que tem em mãos.
Confira o trailer de Uncharted: Fora do Mapa:
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