Shazam! se passa um ano depois dos acontecimentos de Liga da Justiça. Billy Batson (Asher Angel), um órfão problemático de 14 anos que mora na Filadélfia, está prestes a se mudar para um novo lar adotivo, e morar junto com a família Vázquez e outras cinco crianças adotadas na cidade de Fawcett. Um dia, Billy entra em um vagão do metrô e se vê transportado para um reino diferente, onde um bruxo antigo lhe dá o poder de se transformar em um super-herói adulto (Zachary Levi) pronunciando a palavra “Shazam!”. Billy e seu novo irmão adotivo, Freddy Freeman, (Jack Dylan Grazer) devem aprender quais são os novos poderes de Billy e como usá-los para impedir o vilão Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong).
Devido ao fato de a produção fazer parte de um universo povoado por super-heróis conhecidos, Shazam! tem a missão de apresentar um novo personagem para o grande público, e conseguir se estabelecer sem ser ofuscado pelo resto do universo DC nos cinemas. Felizmente esta missão é cumprida com maestria e o novo herói certamente cairá no gosto do público.
O grande acerto foi entregar uma produção que foca no lado cômico e deixa a questão heroica como plano de fundo, e o fato de ser assumidamente um filme de comédia, consegue distanciar Shazam! de produções anteriores que se colocavam como um filme de ação, passando longe de ser algo genérico e previsível.
Não existem grandes cenas de ação, visto que o personagem principal é um adolescente que ainda desconhece seu potencial.O maior problema é a quebra de ritmo. Em diversos momentos, quando a trama se encaminha para o ápice de uma emergência, o clima é quebrado com uma cena engraçadinha e desnecessária. Tipo em filmes de terror quando os mocinhos estão fugindo do assassino mas resolvem parar para trocar declarações de amor. E este tipo de situação se repete várias vezes ao decorrer da história.
Outro ponto de estranhamento é o fato de que enquanto Billy em sua versão jovem é retraído, agressivo e imprudente, já seu alter ego heroico continua imprudente, mas extremamente caricato e palhaço, dando a impressão que ao se transformar, o personagem na verdade incorpora outra pessoa ao invés de somente sofrer alterações físicas.
O visual da produção está ótimo, e ao contrário de Aquaman onde tudo parecia plástico e artificial, Shazam! consegue tornar tudo mais palpável, assumindo o visual exagerado do protagonista, e optando por utilizar cabos e chroma key ao invés de modelos digitais, com exceção dos monstros obviamente. O traje do protagonista é extremamente exagerado, e em diversos momentos podemos ver que os “músculos” na verdade são enchimento, mas nada que tire o brilho da produção.
Apesar de estereotipados, todos os personagens estão no ponto certo, principalmente os interpretados pelo elenco infantil. Todos são importantes para a evolução da trama, e conseguem ter seu destaque. A questão é que nem mesmo o protagonista consegue ser memorável o suficiente para se tornar um ícone da cultura pop.
O vilão é genérico e segue a risca a o protocolo de malfeitor clássico, com sua revolta exagerada decorrente de um trauma de infância, e suas pausas para longos e egocêntricos discursos ( em um momento até mesmo o roteiro brinca com isso ), Dr. Thaddeus Sivana é só mais um malfeitor com cara de prisão de ventre.
Shazam! é um típico filme da sessão da tarde, mas consegue de certa forma inovar e se distanciar de outras produções do gênero pelo fato de assumir seu lado cômico. Apesar de ser superior a grande maioria das produções da DC nos cinemas, ainda está longe de ser considerado o melhor filme do DC Universe.
Shazam! é garantia de boas risadas e diversão, certamente vale o ingresso, mas está longe de ser um dos melhores filmes da DC.
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