O Grito aterrorizou muita gente em 2004, quando a primeira adaptação americana chegou aos cinemas. Agora 16 anos depois, Hollywood decide refilmar o que na verdade já era uma adaptação de um filme oriental.
Agora a produção, mesmo se propondo a fazer um reboot da franquia, transparece uma sensação de sequência, talvez para tentar resgatar um pouco do sucesso obtido anteriormente. Infelizmente, erraram o alvo! Se no original a trama se passava no Japão, agora ela é transportada para terras note-americanas onde, em uma casa, a maldição renasce após uma mãe assassinar sua própria família. Voraz, a entidade maligna não perdoa ninguém, fazendo vítima atrás de vítima e passando a maldição adiante.
No centro dessa nova história temos a detetive Muldoon, que se muda com seu filho em busca de recomeçar sua vida após a morte trágica do marido. E é justamente neste núcleo que tudo desanda, não só pelo clichê da protagonista psicologicamente abalada que precisa encontrar forças para derrotar o mal, mas pelo fato de ela não ser diretamente ligada a maldição, fazendo tudo ficar maçante, eliminando qualquer possibilidade de criar um clima tenso.
Além do arco da detetive, a produção apresenta duas outras tramas que se passam em períodos diferentes, usando isso como artificio para mostrar a evolução da entidade maligna, um deles protagonizado por John Cho, que interpreta um corretor de imóveis (que também passa por um drama doméstico), e por conta do acaso acaba adentrando a casa amaldiçoada. O terceiro núcleo dramático é conduzido por Frankie Faison e Lin Shaye, que, assim como o anterior, é pautado em cima de um drama doméstico se agravando por conta do espirito maligno da casa. Esse emaranhado de clichês dramáticos acabam tirando o foco do terror, e despertam no espectador muito mais o tédio do que o medo.
O diretor novato Nicolas Pesce, não consegue inovar e se limita aos clássicos planos fechados com entidades ao fundo, ou sons sinistros e portas se fechando sozinhas. Os Jump Scares estão espalhados pela produção, mas nenhum deles consegue realmente ser efetivo. E por último mas não menos importante temos as entidades, aquelas que deveriam causar calafrios mas na verdade quase arrancam risos. Os espíritos parecem ter sido criados para uma pegadinha do Silvio Santos e reaproveitados por Hollywood, dado a péssima caracterização das mesmas.
Infelizmente O Grito é só mais um caça-níquel hollywoodiano que vai desapontar (e muito) quem for aos cinemas buscando um bom e aterrorizante filme de terror.
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