A trama de Minha Vida em Marte se passa 8 anos após a conclusão do primeiro filme. Agora Fernanda (Mônica Martelli) está casada com Tom (Marcos Palmeira), com quem tem uma filha de 5 anos, Joana. O casal está em crise e vive os desgastes e as intolerâncias da rotina do casamento, mas Fernanda tem o apoio incondicional de Aníbal (Paulo Gustavo), seu sócio e companheiro, que está ao seu lado durante toda a jornada para resgatar seu casamento, ou acabar de vez com ele.
Se no primeiro filme o drama de Fernanda era encontrar o amor de sua vida, agora a personagem viu que nem tudo são flores e o famoso “felizes para sempre” pode não existir na vida real.
Seguindo o padrão estabelecido em Os Homens São De Marte… E É Pra Lá Que Eu Vou, podemos ouvir os pensamentos da protagonista, e este artificio é perfeito para que embarquemos nas mesmas neuras que Fernanda. O fato da protagonista sofrer antes da hora ou imaginar coisas que não existem, traz a personagem para mais perto do espectador criando um imenso sentimento de empatia.
Desta vez Aníbal, que era somente um coadjuvante, ganha destaque de protagonista e em diversos momentos acaba roubando cena de uma maneira extremamente positiva. Mônica Martelli está com o lado cômico muito mais afiado e aliada com Paulo Gustavo conseguem arrancar gargalhadas do espectador, seja pelas piadas no tempo certo, seja pelas situações constrangedoras em que os personagens se metem. Mas Aníbal não se limita a ser o alívio cômico, através das ideias piradas do produtor de eventos é que a história ganha forma e é conduzida de forma leve e despretensiosa.
A dupla de protagonistas tem uma química ótima e transborda carisma. É possível perceber que eles realmente se divertiram gravando (isto fica ainda mais evidente com as cenas de erros de gravação que são exibidas durante os créditos), e as risadas impressas na telona são tão verdadeiras quanto as dos espectadores.
É impossível não comparar a mensagem da produção com o texto de seu antecessor. Se antes a ideia era encontrar a tampa da panela, agora é aceitar que você pode ser feliz sem depender de outra pessoa. E apesar de parecer uma mensagem batida, é delicioso ver a jornada da protagonista em busca da felicidade pautada no amor próprio. Quando o filme chega ao fim, o sentimento que fica é de curiosidade para ver as próximas peripécias de Fernanda e Aníbal.
Deixe um comentário