Denny Swift (Milo Ventimiglia) é um piloto de corridas arrojado, com um talento especial para dirigir sob chuva. Um dia, no caminho de volta para casa, resolve parar em uma pequena feira de cachorros e levar para casa um novo amigo. Ele ganha o nome de Enzo, em homenagem ao criador da Ferrari, e passa a acompanhá-lo em todo lugar que vá, ganhando um apreço especial pela adrenalina das corridas, seja ao assisti-las ao vivo ou pela televisão. Com o passar dos anos, a amizade entre Denny e Enzo sofre profundas mudanças quando o piloto conhece, e se apaixona, por Eve (Amanda Seyfried).
Como de costume neste estilo de filme, o roteiro se baseia em um best-seller, este escrito por Garth Stein, e traz também no pacote um casal carismático, aqui interpretados por Amanda Seyfried e Milo Ventimiglia. Mas Meu Amigo Enzo foge do convencional e mistura cachorros e carros de corrida, Então além de ver muito em cena o lindo Golden Retriever, também verá muitos Prosches, BMWs e Ferraris, mas não se limita a isso, prepare os lencinhos pois é impossível sair da sala de cinema com os olhos ao menos marejados.
O filme é contado sob o ponto de vista de Enzo, então todas as reviravoltas e mudanças na vida de seu dono têm um impacto muito maior na trama, e apesar de a visão de um cão ser sincera e pautada num humor leve, é impossível não sentir a carga dramática que a história carrega. Mesmo que os arcos narrativos e o desenrolar de toda a trama tenha um tom clichê, é inegável o sentimento de empatia que a produção consegue despertar no espectador. Com um ótimo balanceamento entre o humor e o drama, o roteiro consegue cativar e não deixa nada a desejar.
Apesar de Kevin Costner não aparecer visualmente em cena, o ator empresta sua voz para o personagem titular, e esta escolha foi um dos maiores acertos da produção. Enzo transborda carisma e e cumpre muito bem o papel, não deixando aquele ar de filme com cachorro “falante”. Amanda Seyfried também está ótima e consegue comover o espectador facilmente, o problema é que estamos tão acostumados a vê-la encarnando esse tipo de personagem que, apesar do tom mais dramático, acaba por ser mais do mesmo. Milo Ventimiglia está impecável e consegue transbordar o amor que seu personagem tem pelo cão, e é impossível não torcer pelo personagem diante das rasteiras que vida lhe deu.
A direção ficou a cargo de Simon Curtis, que recentemente dirigiu o “remake” do Ursinho Pooh: Cristopher Robin, e desempenha bem a sua função aqui, conseguindo equilibrar as cenas agitadas das corridas com a calmaria da trama mas não traz nada inovador e se limita a uma direção genérica e comum para o gênero, não que isso seja um ponto negativo, Curtis simplesmente entregou o que a trama necessitava visualmente.
O fato de que somente o espectador consegue ouvir os pensamentos do cão, apesar de não ser inovador, é um artifício espetacular, pois os momentos dramáticos têm um peso ainda maior, e os alívios cômicos podem surgir sem quebrar a seriedade do arco principal, visto que para os protagonistas, as atitudes do cão são somente brincadeiras inocentes.
Meu Amigo Enzo é a mistura perfeita de duas paixões do ser humano: carros e cachorros. Com uma trama recheada de momentos ultra fofos mas também com um lado dramático, a produção sem dúvidas é uma boa pedida para a família toda, e certamente vai arrancar lágrimas do pessoal que não chorava desde Marley e Eu.
Meu Amigo Enzo é leve e dinâmico. Certamente vale o ingresso, e é válido levar a família toda para curtir esta produção que consegue pisar fora do convencional estabelecido pelo gênero.
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