Medo Profundo: O Segundo Ataque não tem ligação direta com o filme original lançado em 2017. Neste, a jovem Mia não está nada satisfeita com a ideia de ir ao México com o pai, Grant, e a sua nova família. Grant trabalha como investigador numa antiga cidade maia submersa e Mia é obrigada a conviver intensamente com a filha da sua madrasta, Sasha.
Entediadas e sem ninguém que verifique por onde é que elas andam, Mia, Sasha e duas amigas esgueiram-se para a gruta subaquática descoberta por Grant. A caverna submersa está cheia de enormes tubarões brancos ameaçadores que as rondam. Encurraladas, as meninas precisam descobrir um jeito de sair antes do oxigênio acabar e sem chamar atenção do predadores gigantes.
Inicialmente a produção impressiona com o belo visual paradisíaco do local onde a trama se passa. As locações, até mesmo os cenários montados para imitar uma cidade maia submersa são de encher os olhos, mas tudo desanda quando as primeiras criaturas criadas por computação gráfica começam a aparecer. Os tubarões tem um visual plástico e uma movimentação extremamente artificial, parecendo mais um teste de animação do que o resultado final de um longa metragem.
Em certos pontos da trama, o diretor Johannes Roberts usa do Slow Motion para melhorar as coisas, e devo admitir que estes momentos são realmente bonitos e resultam em boas sequências, principalmente se você curte esse efeito.
Se visualmente a produção tropeçou, quando falamos do roteiro o filme simplesmente rola ribanceira abaixo. A trama é extremamente simples e recheada de deus ex machina, o que tira qualquer possibilidade de encantar o público. Os personagens tomam decisões extremamente forçadas o tempo todo, além de que todos simplesmente se tornam completos idiotas, e parecem esquecer regras básicas de sobrevivência.
Falando em personagens, Medo Profundo: O Segundo Ataque infelizmente não consegue apresentar nenhum realmente carismático. Todos são pautados em cima de clichês batidos, e as interpretações deixam muito a desejar. Em um determinado ponto da trama, quando a tensão deveria tomar conta, podemos ver Sophie Nélisse, que interpreta a protagonista Mia, rindo sem motivos em segundo plano, deixando todo mundo frustrado com a sensação de que nem mesmo ela gostaria de estar ali.
Logicamente em filmes do gênero não devemos levar em consideração as incoerências, quaisquer sejam elas. O problema é que aqui elas são muitas e não é possível ignorá-las. As meninas vestidas com traje de mergulho com as orelhas submersas conversam em alto e bom som como se estivessem sentadas na varanda de casa. O roteiro afirma que os tubarões ali presentes evoluíram e, apesar de cegos têm outros sentidos aguçados. O problema é que em diversos momentos eles parecem apenas um balão burro de gás hélio banguela, pois tubarão gigante que morde e não arranca pedaço, só pode não ter dentes.
Se tratando de um filme de terror/suspense o que esperamos no mínimo é ficar levemente apreensivos, e se essa é sua expectativa pode tirar seu cavalinho da chuva. O filme até se esforça, e devo admitir que eles tinham a faca e o queijo na mão mas o máximo que conseguem fazer é deixar os 90 minutos de duração tediosos. A direção abusa dos Jump Scares mas não obtém êxito algum visto que eles são extremamente previsíveis e exagerados.
Diversos filmes neste nicho conseguem a façanha de serem tão ruins que conseguem dar a volta e se tornam divertidos e até mesmo entram para a lista dos queridinhos da cultura pop. Medo Profundo: O Segundo Ataque até tenta, mas se perde na metade do caminho e se torna apenas um filme ruim que talvez seja exibido na sessão da tarde futuramente.
https://www.youtube.com/watch?v=txFaXK8DtwY
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