Divaldo – O Mensageiro da Paz conta a história do médium, filantropo, orador espírita e líder humanitário de 92 anos, Divaldo Pereira Franco, desde sua infância em Feira de Santana até sua consagração como fundador da Mansão do Caminho, obra social que atende cerca de 3.200 crianças, adolescentes, adultos e idosos por dia.
Dirigido por Clovis Mello, a obra nos mostra que nem todo filme religioso, independente da doutrina abordada, precisa ser uma espécie de devoção. Mello consegue nos mostrar a prática espírita – seus pensamentos, suas crenças e sua fé – sem menosprezar os princípios de cada telespectador.
A narrativa acompanha, de forma didática e em muitos momentos engraçada, o amadurecimento de Divaldo, tanto na vida quanto no espiritismo. Esse amadurecimento também é visto na montagem do filme, que foi dividido em três momentos da vida do protagonista.
O primeiro nos mostra um garoto engraçado que se mete em confusões por conta de seu dom, em seguida vemos um jovem ainda divertido, mas que amadurece com dúvidas e questionamentos, e depois um adulto que já compreendeu o sentido da sua vida, e que nos é mostrado como alguém sábio e maduro.
Com cortes rápidos – até mesmo apressados – e cenas engraçadas, João Bravo interpreta o garoto que descobre que consegue se comunicar com os espíritos, o que deixa seu pai furioso, por ser uma pessoa cética que não acredita em vida após a morte, e sua mãe intrigada, mas que faz de tudo para que o garoto compreenda seu dom. É Dona Ana (Laila Garin) que abandona a igreja católica, por um motivo muito triste, para encontrar outra religião que receba sua família de braços abertos e sem julgamentos.
É Guilherme Lobo, já em sua fase adolescente/adulta, que nos entrega uma atuação admirável e impulsiona o filme em seu ato mais importante, expondo as incertezas, as vitórias e os tropeços da evolução do espírita. Com a ajuda da médium Laura (Ana Cecília Costa), o rapaz se muda para Fortaleza e dá início ao seus estudos sobre a doutrina espírita. Aqui temos um aprofundamento de sua relação com sua guia espiritual, Joanna de Ângelis (Regiane Alves) e o início da amizade com Nilson (Bruno Suzano/Osvaldo Mil), seu aluno que acaba se tornando seu braço direito.
Bruno Garcia chega para nos mostrar um Divaldo já evoluído, tanto física quanto mentalmente. Ele fecha a trama apresentado a resolução de alguns temas pertinentes que foram apresentados durante o filme, como seu relacionamento com o espírito interpretado por Marcos Veras.
Um ponto positivo do filme realmente é o elenco, que não deixa a desejar em nenhum momento. Destaque para Laila Garin como a mãe de Divaldo, Marcos Veras que cumpre o papel ameaçador de seu personagem e Guilherme Lobo como citado anteriormente. Outros pontos positivos que podemos destacar são os figurinos de época, a maquiagem e as cenas que mostram as evoluções da história, feitas de maneira sútil, elas encantam pela fotografia e singularidade.
Por mais que a obra tenha seus méritos, também peca com alguns excessos de roteiro, como as longas cenas do protagonista com sua guia espiritual, que em muitos momentos se tornaram cansativas e que até poderiam ser reduzidas sem afetar no entendimento final.
Ainda assim, o filme merece ser reconhecido por sua qualidade, levando em conta seu elenco, direção, figurino, maquiagem e fotografia que nos entrega uma obra divertida e emocionante. Não importa sua religião, se você é católico, evangélico, ateu ou etc., a lição que o filme se propõe a passar é muito maior que isso e eu tenho a certeza que você sairá do cinema com uma sensação de “quentinho no coração”.
Distribuído pela Fox Films do Brasil, Divaldo – O Mensageiro da Paz chega aos cinemas brasileiros no dia 12 de setembro.
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