Depois de um grave acidente de trânsito que matou toda a sua família, um neurocientista (Keanu Reeves) utiliza seu meio de trabalho para trazê-los de volta, mesmo que isso signifique desafiar uma grande corporação e violar todas as questões éticas possíveis.
Ao analisar pela sinopse, é justo acreditar que teremos mais um filme sci-fi super elaborado, mas não isso que vemos na telona. Desde os primeiros minutos, a produção apresenta conceitos científicos artificiais , que até mesmo os espectadores mais relaxados vão acabar questionando. O roteiro acaba se contrariando com coisas simples do tipo “como o cientista não conseguiu resultados positivos em seu projeto sendo executado dentro de um laboratório super equipado, mas consegue êxito fazendo isso as pressas no porão de sua casa?”
A direção consegue criar um clima de tensão durante a primeira metade do filme, não em cima das questões morais e éticas como provavelmente foi planejado, mas na dúvida sobre o destino do protagonista, que fica o tempo todo tomando decisões duvidosas que nos levam a questionar se ele realmente é um neurocientista bem sucedido.
Keanu Reeves encabeça o elenco, e podemos afirmar que entrega a atuação menos pior. Reeves se esforça mas não consegue transmitir o drama vivido por seu personagem. Obviamente isto se deve ao roteiro que apresentou um personagem raso e estereotipado. O restante do elenco não está mal, mas passam longe de entregar atuações memoráveis, todos estão somente bem encaixados e apresentam um resultado mediano.
Por se tratar de um filme de baixo orçamento, era de ser esperar que o efeitos visuais não fossem os melhores, mas o que vemos aqui chega a beirar o bizarro. Em um determinado momento da trama, somos apresentados a um corpo robótico, que parece ter sido feito em stop motion e não em CGI. Mesmo 30 milhões de dólares não sendo um orçamento gigante ( se compararmos com os custos padrões das produções atuais), seria suficiente para dar um acabamento visual melhor.
O filme se vende como um suspense, e é inegável que consegue entregar isso até certo ponto, mas o terceiro ato da produção resolve mudar de gênero e trazer um John Wick para resolver tudo da maneira mais bizarra possível. Além disso o vilão extremamente caricato também parece não saber o que quer da vida, e muda de opinião a cada aparição em cena.
É inegável que a produção consegue divertir e até causar um pouco de aflição nos espectadores, mas sem dúvidas passa longe de ser algo memorável, e certamente só será lembrado como a mistura de Altered Carbon com Minority Report.
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