O filme que encerra a trilogia da DreamWorks se passa um ano após os acontecimentos do segundo capítulo. Agora temos Soluço liderando a aldeia de Vikings e sendo auxiliado por sua mãe e amigos.
Diferente dos filmes anteriores, este começa em meio à ação e dispensa qualquer apresentação, deixando claro que o filme foi idealizado especialmente para os fãs da franquia. O objetivo da trama é amarrar as pontas soltas e tentar dar um desfecho digno para a Jornada de Soluço e Banguela sem perder tempo com apresentações desnecessárias.
O que muitos esperam é ver um protagonista mais empoderado e seguro de si, e a princípio passa longe disso. A franquia evoluiu muito bem todos os personagens com exceção do protagonista, mas essa é a principal função deste terceiro filme. Ainda temos um soluço inseguro que deposita toda sua coragem em seu dragão, sem perspectiva de futuro quando está longe de seu fiel escudeiro. Ao transcorrer da trama este elo entre os dois é quebrado repentinamente, fazendo com que Soluço se vire nos 30 e prove que pode ser um líder mesmo sem o seu dragão Alfa.
O responsável por separar os protagonistas é o vilão Grimmel, que felizmente é cruel e objetivo, se afastando um pouco dos clichês de vilões animados. Este não perde tempo enrolando ou discursando para se vangloriar, ele simplesmente vai lá e faz o que quer, muitas vezes das maneiras mais sinistras possíveis. O objetivo de vida de Grimmel é exterminar todos os Fúrias da Noite, então pode ter certeza que desta vez Banguela vai sofrer um pouco.
O grupo de amigos que Soluço formou no primeiro filme, continua unido e batalhando lado a lado. Todos evoluíram e agora tem ainda mais personalidade, mas desta vez não são o foco da trama. Apesar de auxiliarem o andamento em diversos momentos, eles são utilizados somente como ganchos e em alguns pontos como alívio cômico, diferente dos filmes anteriores nos quais tinham uma relevância maior. Obviamente, pois agora o foco é polir a história e a principal ponta solta é amadurecimento do protagonista.
Uma nova adição à franquia foi uma Fúria da Noite fêmea, carinhosamente apelidada de Fúria da Luz. Que junto com seu par romântico, Banguela, protagonizam as cenas mais cômicas e fofas da produção. Sem dúvidas foi uma ótima adição, principalmente se pensarmos que, se Soluço encontrou seu amor com Astrid, nada mais justo que Banguela também pudesse ser feliz com um amor.
Desta vez temos em tela uma produção mais madura e segura, o que fica claro até mesmo nos “ângulos de câmera” que simulam perfeitamente uma produção real. Em diversos momentos temos planos sequência com a câmera se movimentando entre os protagonistas de uma maneira suave, sem cortes abruptos ou movimentos “exóticos”, dando um ar de live-action e não de animação. As texturas e animações também estão de encher os olhos até mesmo dos mais desatentos. A movimentação dos personagens está mais suave e realista, melhorando até mesmo a sensação de gravidade durante os voos de dragões. Felizmente não temos mais aqueles bonecos sem peso caindo dos céus.
O foco agora é amarrar tudo e entregar um final à altura dos dois filmes anteriores, e felizmente a DreamWorks consegue fazer isso lindamente e ainda com direito a um chorinho. Se antes a lição era de que “ o diferente merece viver junto” agora a mensagem transmitida é de que por mais que dê certo essa união, um dragão é um dragão e precisa do seu espaço. A questão é se até mesmo a mais pura amizade conseguiria sobreviver a este espaço, ainda mais com um novo amor em jogo.
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