Desde que a Disney lançou a moda de refazer suas animações clássicas em live-action, alguns filmes em especial deixaram os fãs ainda mais ansiosos, por conta do sucesso arrebatador que foram desde sua estreia. Aladdin é um desses casos: um fenômeno mundial desde 1992, o filme ganhou continuação e uma série animada, que atravessa gerações com personagens carismáticos e um enredo aventuresco que faz até os adultos sonharem com a possibilidade de encontrar um gênio para realizar seus desejos.
O enredo continua o mesmo e não vai causar surpresa em quem já conhece a história original (de todo modo, se preferir não saber, temos spoilers a frente). A atualização recai sobre pequenos detalhes, que hoje são necessários para trazer a história para uma condição mais plausível. E a primeira e mais agradável surpresa é o protagonismo de Jasmine, interpretada por Naomi Scott. A princesa ainda é escondida da sociedade para sua proteção, e ainda é rebelde para desafiar as ordens do pai, mas não é mais deixada no escanteio aguardando o seu príncipe encantado, ela procura agora pelo seu lugar como líder, e consegue nos convencer de que, dessa vez, não precisa de um marido para ajudá-la a governar.
Aladdin, interpretado pelo canadense Mena Massoud, é um personagem praticamente idêntico ao original. Ele tem um quê mais malandro, mas ainda muito convincente como o jovem pobre que encontra uma lâmpada mágica e não sabe exatamente como proceder com seus pedidos. E contamos ainda com o Gênio de Will Smith cujas desconfianças iniciais recaíam sobre a qualidade dos efeitos e também sobre o quanto o ator conseguiria manter o carisma do personagem dublado por Robin Williams. Mas podemos deixar qualquer ideia dessas de lado, pois mesmo azul o gênio é muito convincente, e Will Smith soube muito bem dar seu toque pessoal ao personagem sem desrespeitar o original.
O Jafar de Marwan Kenzari é um vilão típico, sem um grande destaque, mas funcionando muito bem como o antagonista ambicioso e cheio de artimanhas. E outro ponto muito positivo são os animais: Abu, Iago e Rajah, mesmo que tenham perdido o destaque dado a eles no desenho, ficaram extremamente realistas e convincentes, ainda que sejam inteiramente de computação gráfica. Guy Ritchie assina a direção, e mesmo sendo inexperiente em musicais, mostra que entendeu perfeitamente o gênero, optando por manter algo de teatral nos vários momentos em que os personagens cantam e dançam. A sensação é de ver a apresentação em um palco realmente, mas contando com a magia dos efeitos visuais para dar uma elevada nos números musicais. Ah, e os atores realmente cantam e dançam muito bem.
Não podemos deixar de mencionar Nasim Pedrad, que interpreta Dalia, a acompanhante da princesa. A comediante conseguiu ser o alivio cômico perfeito sem exageros e certamente vai arrancar boas gargalhadas do público sem muito esforço.
Os live-actions produzidos pela Disney não costumam desapontar quando o assunto é visual. Aladdin não é diferente. Com uma explosão de cores em cena, a produção consegue conquistar até os mais desapegados visualmente. Os efeitos de transição do Gênio, assim como os efeitos pirotécnicos durante os números musicais estão simplesmente estonteantes, e a união de efeitos práticos com CGI fez tudo ficar ainda mais completo.
Aladdin pode ser considerado um dos remakes mais consistentes já lançados pela casa do Mickey Mouse. A trama ganhou uma ótima atualização sem perder a essência, e mudanças como o maior empoderamento da Jasmine só garantem que a trama atravesse gerações por pelo menos mais 27 anos antes de precisar de uma nova versão. Certamente um dos musicais mais divertidos e cativantes já lançados.
Sem dúvidas vale o ingresso! É diversão garantida para toda a familia, e mesmo quem não aprecie tanto filmes musicais vai acabar se rendendo à magia de Aladdin.
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