Em Los Angeles da década de 1970, uma assistente social criando seus dois filhos sozinha depois de se tornar viúva começa a ver semelhanças entre um caso que está investigando e a entidade sobrenatural La Llorona. A lenda conta que, em vida, La Llorona afogou seus filhos e depois se jogou no rio, se debulhando em lágrimas. Agora ela chora eternamente, capturando outras crianças para substituir os filhos.
O clima tenso é criado logo nos primeiros minutos da trama, e consegue permeá-la até os créditos finais. Ao invés de perder tempo dando explicações, o roteiro faz com que as respostas sejam entregues de maneira fluída ao decorrer da história, isto consegue prender a atenção do espectador por todo os 93 minutos de duração.
Diferente das outras entidades sobrenaturais pertencentes ao mesmo universo de terror, a Chorona não tem medo de aparecer, e ao invés de somente mexer móveis, bater portas ou assoprar cortinas, a vilã titular dá a cara a tapas sem medo. Então se prepare para encarar o espirito maligno muitas vezes ao decorrer do filme.
Linda Cardellini interpreta uma assistente social, que em meio a uma crise familiar devido à perda de seu marido, se vê obrigada a encarar um espirito maligno para salvar seus filhos. Cardellini consegue cativar desde sua primeira aparição, e transmite perfeitamente a sensação de desespero em que sua personagem se encontra. Tony Amendola reprisa seu papel como o padre Perez de Anabelle. Marisol Ramirez dá vida à vilã titular, e consegue distancia-la facilmente dos outros monstros já apresentados anteriormente. Com uma pegada latina, pautada em cima de crenças mexicanas, a Chorona causará arrepios em muita gente.
Michael Chaves dirige o filme e acerta em cheio ao tornar os Jump Scares menos previsíveis. Em muitos momentos um clima é criado, mas não necessariamente para fazer o espectador pular da cadeira, isto faz com que a apreensão tome conta de quem resolveu encarar a Chorona. A questão é que sabemos que a qualquer momento levaremos um susto, mas não conseguimos prever quando.
Apesar dos muitos acertos, a produção ainda peca ao abusar de alguns clichês clássicos do gênero, aqueles bem forçados, como em um momento onde a menina faz tudo que pediram para não fazer e isto acaba por ter consequências terríveis para os personagens. Além disso, o terceiro ato usa do Deus Ex Machina para resolver uma situação de maneira mais rápida.
Estes pontos são praticamente uma convenção do gênero e mesmo que seja melhor a produção não os tivesse, eles não tiram o mérito dos acertos.
Com um roteiro amarradinho e bem executado, atuações convincentes e uma entidade sobrenatural assertiva, A Maldição da Chorona é coeso e consistente, podendo ser facilmente considerado o melhor derivado do universo de A Invocação do Mal.
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