A Grande Mentira é baseado no livro homônimo de Nicholas Searle lançado em 2015 e acompanha o golpista Roy Courtnay (McKellen), que prepara um golpe contra a viúva endinheirada Betty McLeish (Mirren). Quando Betty abre sua casa e vida para ele, Roy fica surpreso ao perceber que está se afeiçoando a ela, transformando o que deveria ser somente mais um golpe na corda bamba mais traiçoeira de sua vida.
Claramente a premissa do longa não é nada inovadora, um golpista que acaba criando sentimentos pela vítima, a questão é que aqui é tudo tão óbvio que acaba tirando toda a graça, e estragando qualquer surpresa que poderia vir com o desenrolar da trama.
As atuações tanto de Mirren quanto de McKellen estão excepcionais e são o alicerce mais forte da produção, visto que todo o resto não passa de uma bagunça com soluções preguiçosas. O elenco de apoio também desempenha um bom papel, mas nada tão notável quanto o casal de protagonistas.
A fotografia do filme apresenta um ar “europeu elegante” que, combinado com a trilha sonora clássica, consegue encantar e abraçar os personagens de uma maneira convincente, parecendo que realmente pertencem àquele local.
Na direção temos Bill Condon (A Bela e a Fera) fazendo um bom trabalho, mas nada excepcional. Tudo somente é executado da maneira clássica e não entrega algo memorável. Ao contrário disso, em alguns momentos beira ao exagero, como um “plano sequência” apresentado no final da produção.
O desenrolar da trama acaba sendo arrastado nos dois terços inicias e no ato final um bilhão de informações são simplesmente cuspidas para o expectador de maneira tão abrupta que tudo fica ainda mais confuso e forçado.
O desfecho simplesmente desmerece o desenrolar da história e se baseia em uma explicação pronta, com longos flashbacks, trazendo informações que não foram citadas em nenhum momento, deixando aquela sensação de que o roteiro não sabia qual caminho seguir e optou pelo pior.
A Grande Mentira poderia ter sido montado de uma maneira diferente, na qual o espectador tivesse ao menos a chance de tentar adivinhar o desfecho, e não ficasse às cegas tendo que engolir a seco uma resolução preguiçosa. A produção só não é uma total perda de tempo por conta das atuações impecáveis, que conseguem sustentar mais do que deveriam.
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