A exemplos de outros filmes policiais das décadas de 80 e 90, Crime Sem Saída (21 Bridges) tem toda uma trama de corrupção, desafios e honra por trás, mas talvez a mensagem mais forte de alguns desses filmes seja o exemplo que um pai será para seu filho.

O filme se inicia com o funeral do pai do jovem Andre Davis, policial honrado e que morreu em serviço. A cena do funeral é essencial para compreender a ligação entre pai e filho, pesada e cheia de significados dá o tom do caminho que o jovem terá que percorrer.

Já adulto, Andre (Chadwick Boseman) segue os passos do pai e entra para a corporação. O detetive acaba enfrentando problemas com a corregedoria pelo fato de ter matado suspeitos ao longo dos anos, um fato que outros policiais gostam de jogar na sua cara sempre que possível.

A trama coloca Andre no meio de uma investigação criminal que envolve dois ex-militares, papéis de Stephan James e Taylor Kitsch. Na medida que a investigação se desenrola, Andre percebe que o crime vai muito além de um assalto mal planejado e que precisará planejar seus próximos passos com cuidado.

O espectador perceberá desde os primeiros minutos que aquilo vai além de um provavelmente desvendará a trama antes da metade do curto filme, mas isso não tem importância alguma já que é o desenvolvimento de Andre como detetive que interessa como um todo.

Produzido pelos irmãos Russo (Vingadores: Ultimato), o longa não apresenta nada de novo na trama e nem mesmo a trilha sonora se destaca em meio a um filme repleto de ação, mas extremamente burocrático. Em alguns momentos a fotografia de Crime Sem Saída chega a lembrar Batman: Begins, para ver quão datado o filme é já em seu lançamento.

O longa acerta ao colocar o dedo na ferida da segurança pública, trazendo questionamentos sobre o salário de policiais, estresse do trabalho, excludente de ilicitude e principalmente, o quanto este setor da sociedade pode servir como trampolim para o crime organizado.

Por fim, a direção de Brian Kirk é competente e o filme entrega aquilo que promete, com as tradicionais reviravoltas e situações em que o policial deverá escolher entre sua honra e aquilo que é fácil, escolha fácil quando o exemplo vem de casa.

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