Tirando o fato do título em português não impor tanta importância ou relevância quanto o nome original (Light of my Life), o filme por si só é uma pérola. A luz no fim do mundo é muito bom, com zero direito a críticas negativas, isso dado ao bom trabalho de roteiro, direção, locação e atuação.
Esse filme foi escrito, dirigido e atuado por Casey Affleck, que ao meu ver e segundo as opiniões de vários críticos, faz um trabalho muito mais promissor que seu irmão, Ben Affleck. Ele já é conhecidos por papéis bem dramáticos, ótimos filmes e já se provou capaz de trabalhar com direção de longas.
O filme basicamente não nos entrega nada, você tem que seguir o fluxo dele, e em meados do meio do filme você entende o porquê daquela situação inicial na qual eles se encontram, e por conta disso, não darei spoilers. Entretanto preciso dizer a primícia do longa. Ele é um pai aonde tenta criar seu filho, que na verdade é uma menina, mas esconde sua identidade por segurança, dos perigos atuais do mundo. Por isso estão sempre acampando e vivendo longe da civilização.
O filme possui muito um de ar de Walking Dead. A civilização ainda funciona, mas não 100% efetiva, e os perigos estão por lá, pois você basicamente não pode confiar em ninguém. Qualquer relação com as pessoas em uma cidade pode acabar sendo mais perigosa, isso porquê se trata de sobrevivência. Você precisa fazer o necessário para se proteger. E Casey, (que não apresenta um nome), somente é o pai, só vai a cidade quando realmente precisa, fora isso ele sempre está tentando viver isolado.
O mais interessante é sua enorme preocupação com a filha, pois a todo momento ele a está preparando para poder sobreviver sozinha, caso algo ocorra, e pode ocorrer. O filme nos mostra a todo momento que alguma coisa repentina pode ocorrer. E a preocupação do pai se mostra totalmente válida. Ele sabe com o mundo funciona e sua filha, pela inocência não consegue enxergar os perigos da sociedade atual em que vive.
O filme tem um ritmo muito lento, mas tudo é explicado, mesmo no seu tempo. A bonita relação do pai com a filha nos cativa, e é interessante que o filme coloca um pai com uma filha, e não uma mãe com um filho(a), isso porquê já sabemos da sensação de proteção que uma mãe tem para com um filho. Agora ver isso vindo de um pai é uma visão totalmente diferente, isso porquê também uma filha mulher irá passar pela puberdade aonde uma mãe faria mais diferença ao tentar explicar essas coisas para uma filha.
O longa é absurdamente mais profundo do que você imagina, só quando termina o filme você entende isso. Ele é reflexivo, bonito, dramático e nos faz entender o equilíbrio de uma comunidade e do papel da mulher na própria sociedade mesmo. Você sai da sala muito pensativo, e fica administrando a profundidade do filme. É um filme para um público específico, e digo isso pela lentidão dele, que infelizmente já desanimará muitas pessoas, mas se você tem um pouco de paciência, irá gostar muito do longa, te prometo isso.
A relação de Casey com a atriz mirim Ana Pniowsky foi muito boa, os dois são ótimos em seus respectivos papéis e a menina passa muito drama, mas principalmente sua cara de confusão e de não entendimento para as coisas que ocorrem nos passam uma veracidade muito grande. Tudo isso nos faz abraçar ainda mais a história e comprar a ideia do filme.
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