Donald Trump, mesmo não sendo mais presidente, continua sendo assunto. Já sabíamos lá no início de 2020 que seria um ano movimentado no campo político, justamente por conta das eleições americanas (e, no Brasil, com as eleições municipais, que apesar de não acirraram tanto os ânimos sempre são um prato cheio para o entretenimento). Mas uma pandemia que minou todas as economias do mundo, além de uma polarização política que nos inseriu em um verdadeiro caos social (e não só nas redes sociais), acabaram por potencializar todas essas discussões.
Muitas antes das eleições, o então presidente Donald Trump (que, nunca é demais lembrar, antes de se candidatar à presidência era apenas um empresário pop-star e nunca havia se envolvido na política como mandatário) ameaçava constantemente com sua poderosa máquina midiática que não respeitaria qualquer resultado desfavorável a ele. E, como todos os analistas do mundo previram, começou a incitar seus eleitores contra o resultado das eleições, o qual eles insistem em continuar classificando como fraude (e também que vão apresentar provas, que na verdade nunca aparecem).
O resultado, todos sabemos, foi uma invasão ao Capitólio (onde fica o Congresso americano) e um banimento de Trump do Twitter, além da antipatia conquistada dentro do próprio partido que o elegeu, o poderoso Partido Republicano. Mas é claro que a história não parou aí, agora Trump sugere que quer criar um novo partido, e essa história muito provavelmente está longe do fim.
Mas o que isso tem a ver com um site de entretenimento chamado Coletivo Nerd, vocês podem se perguntar… Primeiro que política tem tudo a ver com a vida de todo mundo. Mesmo que a gente não se interesse, não se informe ou simplesmente ignore tudo o que acontece no universo da política, nós sentimos os efeitos das decisões políticas toda vez que vamos ao mercado, que passeamos na rua, que pegamos um ônibus ou um até um Uber. A gente tem o direito sim de não querer saber ou se envolver, mas tem que reconhecer que isso sempre vai afetar nossa vida.
Segundo que política e entretenimento estão intimamente ligados desde sempre. Aliás, em diversos momentos da história o entretenimento foi usado ou para corroborar algum regime ou para destruir reputações, e é assim que a máquina do mundo gira, feliz ou infelizmente. Por último e não menos importante, essa questão de Trump fundar um novo partido é uma história que na ficção nunca começa bem e acaba levando sempre a um mundo distópico.
Duas histórias são interessantes para falar disso. A primeira delas é a dos livros e da série The Handmaid’s Tale (disponível no Globoplay), em que um grupo fundamentalista assume o poder nos Estados Unidos e transforma o país na república teocrática de Gilead. Tudo bem que não é exatamente um partido novo que assume o poder, mas a proposta de Trump tem muitas das características dos Filhos de Jacó: patriotas ultraconservadores, anti-progressistas e antidemocráticos (sim, porque demonstraram isso na tentativa de golpe no Capitólio), um caldeirão de elementos que já estão gerando o caos na nossa sociedade atual, imagina se tivessem poderes ilimitados.
Outra história que também faz parte da categoria distopias do futuro é a da franquia de filmes e também série televisiva do Prime Video, Uma Noite de Crime (The Purge, da qual já falamos aqui). Embora seja mais explorado na série, a história conta que um novo partido, o NFFA (New Founding Fathers of America, ou “Os novos pais fundadores da América”), que conquista a maioria na Câmara e no Senado aprova a ideia da Noite do Expurgo, na qual, por 12 horas, uma vez por ano, todos os crimes são permitidos.
As histórias exploram os dramas das pessoas que tentam sobreviver e questiona até que ponto a moral humana poderia suportar a vida em uma total anarquia. O NFFA não é colocado como um partido conservador, mas aí lembramos que a turma de Trump é fã de armas e de fazer justiça com as próprias mãos.
Para quem não conhece a divisão política americana, talvez não faça sentido o surgimento de um novo partido, afinal lá “só existem dois”, mas na verdade os Estados Unidos são tão pluripartidários como nós, a diferença é que só há esses dois partidos realmente fortes: o Democrata e o Republicano, e a divisão entre eles não é a mesma que existe entre esquerda e direita radicais, como muitos “gurus” e falsos jornalistas na internet têm apontado. Eles são mais como um centro e uma direita mais moderada, mas também têm divisões internas. Trump certamente está no extremo do extremo da direita.
Existem por lá muitos outros partidos de que nunca ouvimos falar porque eles nunca conquistaram expressividade, mas nenhum que tenha sido fundado por um ex-presidente com tantos seguidores, por isso o projeto ganha novos contornos, uma vez que analistas dizem que o Patriota poderia rachar o próprio Partido Republicano. Por enquanto, o fato é que nem sabemos se o partido realmente sairá do papel, e pode ser apenas mais uma das tantas ameaças mirabolantes de Trump, que sabemos que é apenas alguém querendo ver o circo pegar fogo sempre.
E você, lembra de alguma história em que os Estados Unidos viram uma distopia após a ascensão de um novo partido? Conte aqui pra gente e aproveita para conferir abaixo o trailer das séries The Purge e The Handmaid’s Tale
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