Quando o serviço de streaming DC Universe foi anunciado com a produção de uma série dos Titãs, muito se especulou sobre o tom que o show iria adotar, pairando a dúvida se seria algo bem humorado como a animação Jovens Titãs em Ação!, se beberia do tom sombrio criado por Zack Snyder nos cinemas ou até se seria um programa voltado ao grande público, como as séries do canal CW.
Com a liberdade oferecida por um serviço de streaming, o produtor Greg Berlanti permitiu-se arriscar criando um material com identidade própria e surpreendentemente mais sombria e violenta que o que vimos em Batman vs Superman, porém, ao abordar uma série dessa maneira o produtor sabe que terá tempo considerável para desenvolvimento dos personagens, algo que foi criticado no longa de Snyder.
O episódio gira em torno de Ravena (Teagan Croft) e o descobrimento de seus poderes. Sem saber o que fazer após uma tragédia pessoal, a garota parte em busca de Dick Grayson (Brenton Thwaites) que atormenta seus sonhos com o acidente dos Graysons Voadores. O vínculo da garota com as trevas aparentemente é o plot que fará a trama da primeira temporada girar, enquanto os demais heróis da equipe deverão mantê-la a salvo.
Essa dinâmica de manter a jovem a salvo, leva Dick a relembrar seu passado ao lado de Batman e o motivo de tê-lo abandonado, ficando claro que sua jornada rumo à futura liderança dos Titãs e a necessidade de proteger Ravena deverão guiá-lo durante a temporada, levando-o a encontrar sua própria identidade.
O piloto dá a entender que por onde Robin passa, deixa um rastro de violência e isso se prova na cena do beco, divulgada no trailer onde o ex-parceiro do Batman solta um “dane-se o Batman”. A frase não é gratuita, é de certa forma uma necessidade do do jovem em impor-se como um vigilante de verdade e não como um eterno ajudante.
Enquanto isso, Estelar (Anna Diop) está do outro lado do mundo redescobrindo seus poderes. Isso é algo que deve ser melhor explicado nos próximos episódios, mas a tão criticada caracterização e a onda de ofensas sofridas pela atriz em suas redes sociais mostrou-se completamente sem sentido. Em cena, a caracterização da personagem funciona perfeitamente, e subentende-se que é uma forma da personagem se infiltrar em determinadas situações. A tão falada “descaracterização da etnia” de Estelar (uma alienígena laranja) não é sentida aqui em momento algum, os poderes representados visualmente de maneira satisfatória para um programa de TV é outro ponto a ser elogiado.
Com um arco que girou em torno de descobertas pessoais acerca de identidade, poderes e demônios internos, o primeiro episódio de Titãs soou violento e pesado, mas de maneira bem desenvolvida. E a tensão presente durante todo o episódio logo deu lugar à irreverente primeira aparição de Mutano (Ryan Potter), fechando o episódio de maneira satisfatória e deixando o espectador ansioso pelo próximo episódio.
Com um primeiro episódio violento e empolgante e restando ainda a aparição de personagens como Jason Todd, Rapina e Columba, além da participação da Patrulha do Destino, é de se esperar que Titãs traga novos ares para as séries de super-heróis.
Greg Berlanti (Arrow, The Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow) é o responsável pelo programa que conta Akiva Goldsman e Geoff Johns como roteiristas. Brad Anderson (Fringe) é o diretor do primeiro episódio. Com 12 episódios encomendados para a primeira temporada, a série terá um episódio semanal divulgado nos Estados Unidos pelo serviço DC Universe. No Brasil a série será exibida pela Netflix.
O elenco conta com Brenton Thwaites (Piratas do Caribe: A vingança de Salazar) como Robin, Anna Diop (24: Legacy) como Estelar, Ryan Potter como Mutano, Teagan Croft como Ravena e Alan Ritchson e Minka Kelly como a dupla Rapina e Columba.
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