Quando o serviço de streaming DC Universe foi anunciado com a produção de uma série dos Titãs, muito se especulou sobre o tom que o show iria adotar, pairando a dúvida se seria algo bem humorado como a animação Jovens Titãs em Ação!, se beberia do tom sombrio criado por Zack Snyder nos cinemas ou até se seria um programa como as séries do canal CW (Arrowverso).
Com a liberdade oferecida por um serviço de streaming, o produtor Greg Berlanti permitiu-se arriscar criando um material com identidade própria e surpreendentemente mais sombria e violenta que a vista em Batman vs Superman, porém, com tempo para desenvolvimento dos personagens, provou-se que a violência gráfica não era gratuita, algo que foi duramente criticado no primeiro trailer.
Apesar da primeira temporada girar em torno de Ravena (Teagan Croft) e sua verdadeira origem, são Dick Grayson (Brenton Thwaites) e Estelar (Anna Diop) os principais responsáveis por fazer a história andar. Dick por ver na situação com a adolescente o espelho do que ele mesmo viveu na sua infância com Batman, justamente no momento que tenta se encontrar e abandonar a violência com a qual estava acostumado. E Estelar por ser alvo das infundadas críticas que tomaram as redes sociais antes da estreia da série, entregando uma personagem bela, extravagante e que incorpora muito de sua personalidade das HQs.
Com o desenrolar da trama e a busca por respostas acerca de Ravena, outros personagens são incorporados à série, sem pressa e com o devido desenvolvimento. O primeiro deles é Mutano (Ryan Potter), cuja apresentação está ligada a um episódio dedicado à inserção da Patrulha do Destino neste universo, e o que poderia ser apenas um fanservice que não acrescentaria nada a história trata de expandir o DC Universe e dá mostras da capacidade do poder de Ravena que são explorados ao final da temporada.
Com episódios que focam em dramas pessoais dos personagens, os roteiros de Geoff Johns, Akiva Goldsman e Greg Berlanti sabem dosar a quantidade de fanservices inseridos na série, deixando sempre um gosto de “quero mais” e com isso, beneficiando o desenrolar da trama.
Há espaço ainda para a inclusão de Rapina (Alan Ritchson) e Columba (Minka Kelly) com um episódio inteiramente dedicado à dupla, talvez o mais denso e pesado de toda a temporada, que serviu para quebrar (positivamente) o ritmo da série e fornecer ao espectador mais detalhes sobre o envolvimento da dupla com Dick.
Embora pareça que em apenas 11 episódios a série tenha apresentando muitos personagens da DC Comics, nada é gratuito. Até mesmo a inclusão de Jason Todd (Curran Walters) – o novo Robin – e Donna Troy (Conor Leslie) são feitas de maneira que enriquecem a trama, mostrando que o universo fantasioso que conhecemos nas HQs e animações realmente existem em Titãs, com citações à Superman, Mulher-Maravilha e diversos outros personagens do primeiro escalão da editora.
E falando em nomes do primeiro escalão, Batman dá as caras no fechamento da temporada. Surpreendente até, se pensarmos que o herói nunca apareceu em nenhuma série recente da DC, e de certa forma entende-se o motivo da editora segurar o personagem. Com um dos maiores panteões de vilões da editora, o personagem torna-se grande demais para servir como um “coadjuvante”, tanto é que o episódio de sua aparição é o que mais destoa negativamente no restante da série, mas ainda assim servindo ao propósito de liberar de vez as amarras que Dick ainda mantém com seu antigo mentor.
Abraçando o estilo sombrio de Zack Snyder mas sem mudar a personalidade de seus protagonistas, Titãs não tem pressa para entregar tudo o que conhecemos dos personagens em seus 11 episódios. Uma temporada que serve como introdução dos heróis e desse novo universo, cujo antagonista da segunda temporada deve colocar os personagens à prova, permitindo que venham a se tornar de fato os heróis que o grande público conhece das HQs e animações.
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