Após o sucesso de Aquaman, a Warner Bros. e a DC apresentam Shazam!, um herói que pode até ser desconhecido do grande público, mas muito querido pelos fãs de quadrinhos e até mesmo das animações Liga da Justiça e Liga da Justiça: Sem Limites.
Quando o filme foi anunciado, tudo foi questionado a seu respeito. Desde a necessidade de se realizar um filme do herói até a escolha de Zachary Levi como protagonista. Seria Shazam! uma escolha sensata para se levar ao cinema em uma época que a Warner Bros. ainda apostava em filmes de super-heróis com tons soturnos? As recepções mistas dos filmes sob a supervisão de Zack Snyder mostraram que sim, e ninguém melhor do que uma criança para levar cores e alegria ao universo cinematográfico da DC.
Curiosamente o início do filme é sombrio, apresentando a origem de Thaddeus Silvana, um jovem que em poucos minutos mostra-se oprimido pelo pai e irmão mais velho. O jovem tem contato com o mago Shazam e por não mostrar-se digno de receber os poderes do mago, passa a vida em busca de poderes que esteve tão perto de conquistar.
Cortando para o presente, o filme mostra Billy Batson (o ótimo Asher Angel), um garoto órfão de 14 anos que vive em casas de acolhimento, mas sempre fugindo desses locais em busca de sua mãe biológica. Quis o destino que Billy acabasse recebendo os poderes que o agora Doutor Silvana (Mark Strong) sempre buscou. Transformado em um adulto e com os poderes de um super-herói, Shazam! faz aquilo que qualquer adolescente faria com poderes: se divertir.
Divertido e alegre, o filme toca em assuntos espinhosos que afligem a juventude, tais como bullying, abandono afetivo parental e família. Shazam! se aprofunda em questões psicológicas de maneira leve, permitindo que sua mensagem seja entendida até mesmo por crianças ao mostrar que o que define nosso parentesco com alguém não é o laço sanguíneo que compartilhamos, mas o apoio e afeto que recebemos daqueles ao nosso redor.
Ao estabelecer essa dinâmica familiar, o filme acerta em cheio na escolha de elenco. Mary Bromfield (Grace Fulton), Eugene Choi (Ian Chen), Pedro Peña (Jovan Armand), Darla Dudley (Faithe Herman) são os irmãos adotivos de Billy, acolhidos pelo casal Victor (Cooper Andrews) e Rosa (Marta Milans) criam uma dinâmica familiar divertida e amorosa. Mas é Freedy Freeman (Jack Dylan Grazer) que rouba o filme para si ao se tornar a voz da razão em um natural momento de deslumbramento de Billy.
Claramente inspirado em Quero Ser Grande (1988), o roteiro de Henry Gayden é perfeito ao dosar as aparições de Billy Batson como adolescente e adulto, permitindo que a transição entre ambos seja natural e não apenas um recurso para colocar uma capa e uniforme em alguém com poderes. E Zachary Levi entende isso ao ser realmente uma criança no corpo de um adulto, agindo como um jovem que precisa aprender a lidar com suas responsabilidades.
Shazam! é um filme centrado, com uma trama simples que caminha perfeitamente do caminho A até o B sem o deslumbramento de destruição de cidades ou invasões alienígenas. O mérito é do diretor David F. Sandberg (Annabelle 2 – A Criação do Mal) que entende a missão de apresentar um novo super-herói ao grande público com um orçamento reduzido e ciente dos fracassos anteriores do estúdio.
Sem entregar muito da história nos trailers, o filme se torna uma grata surpresa por apresentar um terceiro ato empolgante e uma cena final que arrancará gritos da plateia, ligando o universo cinematográfico da DC de uma forma simples e genial, de uma maneira que Zack Snyder não conseguiu realizar nos três filmes que dirigiu.
Se você é fã dos novos rumos que a DC vem adotando no cinema ou se é fã da Marvel, você irá amar Shazam!, um filme família feito para provar que o herói está dentro de nós e não em nossos poderes.
Aguarde ainda as tradicionais cenas pós-créditos!
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