O ano de 2018 reservou ótimas surpresas no cinema, mas alguns filmes que prometiam ser um recomeço para algumas franquias acabaram decepcionando feio, enquanto outros filmes não era necessário muito mais que alguns minutos de tela para perceber a qualidade do material. Ainda assim alguns desses filmes fizeram muito dinheiro, caso de Venom.
Venom
Você pode achar que um filme de origem de um personagem diretamente ligado ao Homem-Aranha sem o Homem-Aranha é golpe, e eu não tiro sua razão. Se esse ainda fosse o maior problema de Venom, seria fácil resolver. A origem do personagem até é retratada de maneira fiel, mas a pressa com que tudo é feito assusta. A montagem do filme é digna de um filme editado para ser exibido na Tela Quente, com cortes bruscos e cenas que parecem estar pela metade.
Não há profundidade, não há desenvolvimento, não há expectativa de melhora durante o filme. Em dados momentos percebe-se que o filme teria enveredado para algo próximo do terror (o ator Tom Hardy inclusive deu declarações que cenas foram cortadas), mas isso logo é deixado de lado para abraçar o trash. E não há problema algum em um filme se assumir trash, o problema está em sentir vergonha por isso. E é exatamente essa a impressão que Venom passa, um filme que mudou de direção no meio do caminho e que ficou com vergonha de assumir sua nova identidade, tornando assim impossível a simbiose entre produção e espectador.
Porém, com US$ 850 milhões alcançados na bilheteria mundial, Venom retornará para novos filmes e é a chance da Sony levar o personagem a sério se quiser realmente seguir com sua franquia de personagens ligados ao Homem-Aranha.
Predador
Se as sequências de O Predador e crossovers com Alien tentavam dar à franquia um redirecionamento que a transformasse numa franquia de blockbusters, o novo filme de Shane Black atinge o objetivo e isso não significa necessariamente um bom sinal.
Roteiro preguiçoso, soluções extremamente previsíveis, some a isso explosões e ação desenfreada do início ao fim, com piadas aqui e ali e seria o roteiro perfeito para um filme dos Transformers. Mas não, é a maneira mais simplória de descrever O Predador. Shane Black conseguiu realizar em O Predador um trabalho ainda pior que em Homem de Ferro 3. Apesar de todos esses pontos negativos, o filme funciona parcialmente com a química entre os personagens, mas com apenas US$ 160 milhões de bilheteria, será difícil vermos a continuidade desse filme nos cinemas. Ainda bem!
Solo: Uma História Star Wars
Fazer um filme contando as origens do lendário Han Solo já não seria uma tarefa das mais fáceis em qualquer ocasião. Acrescente a isso a demissão dos diretores Chris Miller e Phil Lord (responsáveis pelo sensacional Homem-Aranha no Aranhaverso), rumores da contratação de um professor de atuação para o protagonista Alden Ehrenreich e é fácil entender como o filme se tornou um dos piores do ano.
Ter no elenco nomes excelentes como Woody Harrelson, Donald Glover, Thandie Newton e até mesmo Emilia Clarke não foram suficientes para que a Disney e a Lucasfilm impedissem o fracasso que já é dado como esquecido, em preservação da imagem do icônico personagem criado por Harrison Ford.
Jurassic World: Reino Ameaçado
Após o sucesso de crítica e bilheteria de Jurassic World, sua sequência chegou aos cinemas repleta de expectativas e com certeza de grande arrecadação. As experiências com filmes anteriores, a história batida e a falta de envolvimento emocional do público com as novas espécies criadas em laboratório (nenhum dinossauro se compara a um T-Rex) fazem com que o filme se torne cansativo até mesmo numa sequência bem feita de esconde-esconde, já vista também em filmes anteriores.
Jurassic World: Reino Ameaçado é um filme com um início interessante, um segundo ato frenético e um final bagunçado que não mostra as consequências dos atos anteriores e deixa a bomba para uma possível continuação, esta sim ameaçada pelos claros sinais de cansaço que a franquia volta a demonstrar.
O Paradoxo Cloverfield
O filme que chegou de surpresa à Netflix após um acordo milionário entre o serviço de streaming e a Paramount Pictures prometia ampliar o universo Cloverfield e explicar a origem dos monstros em filmes anteriores. O filme até tentou de certa forma entregar algo diferente abordando gêneros como terror e sci-fi, mas a forma como foi feito entregou um filme completamente genérico, bagunçado e que acabou bagunçando ainda mais o universo criado por J.J. Abrams.
A essa altura, percebe-se que os US$ 40 milhões cobrados pela Paramount foram um acerto, já que o filme provavelmente seria um fracasso de bilheteria.
Robin Hood: A Origem
Um filme com produção de Leonardo DiCaprio, que conta com Jamie Foxx e Taron Egerton teria tudo para ser um ótimo filme, ainda mais adaptando a história do arqueiro que tira dos ricos para dar aos pobres. Porém, desde o lançamento dos primeiros trailers o filme não empolgou e com 40 dias em cartaz arrecadou módicos US$ 70 milhões, um verdadeiro fracasso já que o filme custou US$ 100 milhões. Fracasso de público e crítica, o filme é penoso de se assistir, com muitos momentos de CGI mal feitos perceptíveis até mesmo para o mais desatento dos espectadores.
Exterminadores do Além Contra A Loira do Banheiro
Ao se assumir como uma paródia no melhor estilo Todo Mundo em Pânico, o filme poderia explorar a desconstrução das personas de seus principais intérpretes, mas o que se vê é uma trava que não permite a autodepreciação dos seus protagonistas, como numa forma de preservar suas imagens. A exceção é Danilo Gentili que busca até forçadamente parecer o mais politicamente incorreto possível, propiciando uma das cenas mais trash e vergonhosas do cinema brasileiro.
Para piorar a situação, o filme sofre com a quantidade de personagens que se eliminados da história não fariam falta alguma, servindo apenas para falar com o espectador e desculpar-se pelas falhas de roteiro rindo de si mesmo. Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro é um filme sem identidade com piadas incessantes cujo maior mérito é fugir do padrão da comédia nacional, mesmo que para isso apresente duas ou três cenas que miram no nonsense mas acertam em cheio na vergonha alheia.
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