O Exterminador do Futuro é uma das franquias mais bagunçadas do cinema, por diversos motivos. E é necessário relembrar alguns fatos sobre a franquia para entender o porquê de Destino Sombrio (Dark Fate) ser a continuação oficial de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final.
James Cameron criou a franquia Terminator no início dos anos 80, lançando O Exterminador do Futuro em 1984 e sua continuação em 1991. O que pouca gente se lembra é que o diretor foi casado entre 1997 e 1999 com a atriz Linda Hamilton, protagonista feminina da saga, e que após o divórcio a atriz ficou com os direitos da franquia.
Após a separação, a atriz vendeu os direitos da franquia para a Carolco Pictures, e os direitos foram passando de estúdio em estúdio, cada um tentando criar uma continuação a altura do sucesso do segundo filme, até que após 20 anos, os direitos da franquia retornaram para seu criador: James Cameron.
Criador e criatura estavam juntos novamente e poderiam dar aos fãs a tão sonhada continuação, já que nenhum dos filmes lançados conseguiu alcançar a projeção dos filmes lançados por Cameron.
Cameron trouxe Tim Miller para a franquia, deixando a direção para o responsável pelo sucesso de Deadpool, empolgando ainda mais os fãs da franquia pela inusitada parceria.
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate) traz as voltas de Linda Hamilton como Sarah Connor e Arnold Schwarzenegger como o ciborgue T-800. Os dois precisarão se unir a Grace (Mackenzie Davis) para proteger Dani (Natalia Reyes), caçada por um novo tipo de Exterminador, aqui vivido pelo ator Gabriel Luna.
Buscando situar o espectador e eliminar qualquer ligação com os demais filmes criados, o filme se inicia relembrando a cena de O Julgamento Final em que Sarah Connor é interrogada e tratada como louca ao contar sobre o futuro apocalíptico da humanidade.
Uma das principais características que marcaram os dois primeiros filmes são mantidas em Destino Sombrio: a sensação de urgência, a sensação de fuga constante durante todo o longa. E isso é sentido desde os primeiros minutos, com um plot twist completamente inesperado, que irá desnortear o fã da saga e ditará o rumo da franquia de agora em diante.
Aliás, percebe-se o quanto a franquia foi mal tratada enquanto esteve longe de James Cameron. Seu envolvimento e a direção de Tim Miller resgataram coisas básicas dos dois primeiros filmes que podem passar despercebidas a quem já não se lembra dos longas, mas que fará todo sentido quando revisitar as obras.
O que mais impressiona visualmente é a recriação do futuro apocalíptico, que faz ligação direta com o primeiro filme da franquia, permitindo que os sonhos de Cameron tornem-se muito mais realísticos com a evolução da tecnologia.
A história do filme é basicamente a mesma de O Julgamento Final: um Exterminador é enviado ao passado para assassinar a pessoa que será responsável por liderar a resistência no futuro, enquanto outro ciborgue será enviado para impedir esse assassinato. A diferença é que aqui, Grace não é uma máquina, mas sim uma humana aprimorada, permitindo que tenha memórias e se apegue emocionalmente a Dani rapidamente.
Com cenas de ação de tirar o fôlego, o filme é a continuação que os fãs da franquia aguardavam há quase 20 anos. O ciborgue de Gabriel Luna é excelente, super-avançado e em alguns momentos chega a lembrar o T-1000 de Robert Patrick.
Mas são as mulheres que se destacam no filme: Mackenzie Davis está muito bem como a humana aprimorada Grace, Natalia Reyes não sente o peso do papel e logo compramos a ideia da jovem como a nova protagonista da saga. Mas é Linda Hamilton que rouba a cena e faz o fã se segurar na poltrona a cada tiro e frase de efeito de uma personagem sofrida, mas que ainda assim fará de tudo para proteger o futuro da humanidade.
O ponto fraco do filme é justamente o rosto que tornou a saga conhecida. Embora seja sempre bom rever Arnold Schwarzenegger como o ciborgue, o arco de seu T-800 é completamente dispensável para a trama e está ali apenas como “força física”, com uma história que o fã da franquia terá dificuldade em digerir.
Embora o filme deixe muitas pontas soltas para se explorar, não é fácil dizer se a franquia terá continuidade nos cinemas com o envolvimento de Cameron, mas se assim for o futuro, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio serve ao seu propósito de concluir a história criada pelo diretor e evidenciar a mensagem de que não importa qual o futuro apocalíptico que nos espera, mas que sempre existirá um humano disposto a liderar a resistência.
I’ll be back, eu espero!
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