Quando a franquia MIB deu as caras no cinema em 1997, o filme chamou a atenção pelo carisma de Will Smith (recém promovido a astro de Hollywood) e a dinâmica de seu personagem com Tommy Lee Jones. Sua sequência em 2002 apenas reciclou elementos do primeiro filme, explicando o fracasso da crítica especializada.
Foram necessários dez anos para que os agentes K e J voltassem a dar as caras nos cinemas, naquele que considero o filme mais emocional da franquia. Parece batido recordar a trilogia inicial, mas é necessário para que se entenda o elo paternal que o diretor Barry Sonnenfeld criou para a dupla de protagonistas. A franquia MIB sempre traçou paralelos com a nossa realidade de uma forma muito suave, ou os alienígenas fugindo da guerra de seus planetas não podem ser comparados aos refugiados de países que vivem em guerra civil? O agente K (Tommy Lee Jones) preparar seu parceiro muito mais novo para o futuro não soa familiar a uma relação entre pai e filho? Cinema também é isso, é utilizar blockbusters para criar metáforas com a nossa realidade, mesmo que de maneira muito suave. Uma franquia sobre o contato com alienígenas, mas que sempre lidou com tudo isso da forma mais humana possível.
MIB: Homens de Preto – Internacional (sério, ainda precisa incluir Homens de Preto no nome na versão nacional?) apresenta a sede internacional de Londres da agência MIB recebendo a novata M (Tessa Thompson) para um estágio com o agente H (Chris Hemsworth), tido como um herói na agência inglesa.
É certo afirmar que a dupla foi escolhida para dar reinício a franquia pela sua química em Thor: Ragnarok. O que esqueceram de pedir aos atores é para que deixassem na Marvel suas atuações e trouxessem novos personagens para a franquia alien. Tessa Thompson ainda tenta se desvencilhar da imagem de Valquíria e em alguns momentos é possível ver nela o agente J em início de carreira. Já Hemsworth parece ter ligado o piloto automático para atuação desde Férias Frustradas (2015), quando apresentou o típico “gostosão arrogante e bobalhão”, trazendo o mesmo personagem para Ghostbusters (2016) e Thor: Ragnarok (2017), e agora para MIB: Internacional.
Os agentes precisam então se unir e descobrir quem é o agente infiltrado na MIB, que coloca todo o planeta em perigo. A surpresa fica por conta da adição do pequeno alien Pawny (Kumail Nanjiani), cujas tiradas ácidas e sarcásticas rendem os melhores momentos do filme.
Sem apresentar nada de novo, a trama recicla elementos da trilogia original com uma história rasa e completamente previsível, além de um elenco humano pouco inspirado e personagens descartáveis que provam que assim como em Godzilla, às vezes os humanos não são tão necessários assim. Afinal, já nos acostumamos a nos apegar mais a seres de outros planetas do que a nossos semelhantes.
Se vale de alguma coisa, há ainda a participação especial de Sergio Mallandro, parte de uma iniciativa internacional em que alguns países foram selecionados para incluir participações de celebridades locais em sua versão do filme.
Se você procura por uma comédia de ação, MIB: Homens de Preto – Internacional funcionará para você, são muitas piadas e referências a outros filmes. Mas se você busca um pouco mais do que isso, as versões anteriores estarão sempre à disposição em DVD ou num serviço de streaming qualquer.
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