Megatubarão (The Meg) chega aos cinemas nesta quinta (09/08) trazendo em sua essência o melhor do cinema B de décadas passadas, onde a lógica para a o herói derrotar o monstro ou vilão era simplesmente ignorada em benefício de um final feliz para o filme.
Aqui, Jason Statham é Jonas Taylor, um mergulhador que resolveu se aposentar após uma tragédia em um resgate, e que agora precisa voltar a ativa para auxiliar no resgate da tripulação de uma equipe de pesquisa marinha, que se viu isolada em águas profundas após um encontro com o Megalodon, o maior tubarão que já existiu e que imaginava-se estar extinto.
O primeiro ato do filme é tomado por um ar mais sério, apenas para apresentar o Megalodon e o motivo de sua ausência na superfície nos últimos milhares de anos. Mas fica por aí, após uma tensão inicial com algumas perdas o filme mergulha sem medo em uma sequência de ação desenfreada apoiada em atrativas paisagens marinhas e um CGI convincente.
Jason Statham se sobressai em relação aos demais atores, apresentando um “herói” canastrão e sarcástico, destilando frases de efeito sempre que possível, parecendo ter saído de um filme de Sessão da Tarde dos anos 80. Os momentos mais humorados do filme envolvem Jonas e a pequena Meiying (Sophia Shuya Cai), filha de Suyin (Li Bingbing), uma bióloga marinha que em tese deveria ser a moça indefesa a ser salva por Jonas, mas que aqui prova-se tão forte e capaz quanto o coprotagonista.
Sim, coprotagonista! O verdadeiro protagonista é sim o grande Megalodon, cujas aparições rendem bons sustos e momentos de tensão, impondo realmente a sensação de impotência humana perante o monstro. Com referências a Tubarão e até mesmo a Procurando Nemo, a produção entrega o que propõe: diversão, ação e humor.
Chega a ser inacreditável que este filme precisasse de três roteiristas, mas o roteiro de Dean Georgaris, Jon Hoeber e Erich Hoeber escorrega quando expõe furos tão perceptíveis que para serem contornados precisam de soluções quase que inacreditáveis. Mas Jon Turteltaub (A Lenda do Tesouro Perdido) é experiente com esse tipo de produção e consegue contornar essa situação, criando a tensão necessária para apresentar o monstro no momento certo e exigindo que soluções que desafiam a lógica sejam a única alternativa possível.
Com um orçamento estimado em US$ 150 milhões e previsão de abertura de US$ 20 milhões no mercado norte-americano, Megatubarão deve sofrer para se pagar em território americano, apostando todas suas fichas no mercado internacional, em especial o asiático (o filme foi filmado na China e Nova Zelândia) onde produções que envolvem monstros gigantescos são um atrativo e tanto. O acabamento e esmero com detalhes visuais do filme é tamanho que merece ser visto na maior tela possível.
Por fim, Megatubarão mostra-se insanamente divertido, feito para assistir sem se importar com furos de roteiro ou soluções que desafiam a lógica e a inteligência de um cinéfilo mais exigente.
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