Linha 4 Amarela. 18:16 pm. Uma bomba, trazida por um drone com luzes azuis, com um relógio que marca a hora e que logo em seguida se transforma no número 7, explode na Estação Consolação em São Paulo. Assim somos apresentados ao grupo responsável por todo esse ato, que promete explodir mais 7 bombas a cada hora, em mais lugares, se suas exigências não forem correspondidas, o SETE.
Assim começa Linha 4 Amarela, um livro rápido e fácil de ler que envolve política, ética, terrorismo e justiça em uma corda bamba, e te faz perceber que nem todo mundo é 100% bom ou 100% ruim como parece, somos todos apenas humanos.
Basicamente, o que os terroristas – que são comandados por uma pessoa que se denomina como MÃE – querem é que, uma nova lei seja aprovada em cláusula pétrea (que não pode ser alterada), na qual todos os vereadores, deputados, prefeito e o governador de São Paulo sejam remunerados em seus mandatos com um salário mínimo mensal.
Mas essa é apenas a primeira exigência e se não for aprovada, às 20 horas, outra bomba iria explodir. Além do próprio filho do governador, vários passageiros estão presos dentro do metrô. Então, começa a corrida contra o relógio, as reuniões intermináveis do governo, alguns acreditando ser um blefe, outros acreditando ser verdade. E assim a história vai desenrolando.
O importante em Linha 4 Amarela é não piscar, pois se você o fizer, perderá algum detalhe importante para a trama. E ao longo dessa trama, conheceremos as histórias de várias pessoas e aos poucos vamos entendendo como cada uma dessas pessoas se encaixam no quebra-cabeça geral. Afinal, quem é o SETE? Quem é a MÃE? É tudo um blefe mesmo ou não?
São vários os questionamentos que instigam a continuação da leitura, quanto mais a gente lê, mais queremos saber sobre essa história. Ao decorrer da narrativa, diversas histórias são contadas, mas isso não atrapalha o andamento do livro, pelo contrário, nos ajuda a entender melhor a trama, cria uma rede de conexões e aos poucos os detalhes vão se encaixando, entre narrações do passado e presente.
É importante lembrar que Linha 4 Amarela tem uma continuação, então apesar de terminar em seu ápice, com um plot twist que acho que ninguém deve ter imaginado, apenas três exigências foram feitas pelos terroristas neste livro, então tem muita coisa para acontecer ainda. Acredito que se você não gosta de livros com sequências, deveria dar uma chance para esse, pois além de ser curtinho, é o tipo de livro que você consegue ler em um dia.
Felipe S. Mendes tem uma escrita clara, fluida e bem divertida, principalmente ao relacionar seus personagens com figuras públicas e políticas conhecidas pelo povo brasileiro, o que torna muito mais fácil criar uma relação com o livro e com a história. Obviamente não vou contar muita coisa, mas diríamos que em Linha 4 Amarela, ainda estávamos sob o comando de Michel Temer e que o Datena ainda faz sucesso no comando do Brasil Urgente.
Adorei a resenha.
E espero que curta a continuação.
Essa época que vivemos acho que trás ainda mais a tona as duvidas do texto.
Feliz pela sua percepção.
E parabéns pelo Blog.