Houve um tempo em que a Marvel quase foi à falência e precisou vender os direitos de adaptações cinematográficas de seus principais heróis para vários estúdios, dessa forma X-Men, Quarteto Fantástico e Homem-Aranha foram parar em estúdios como Fox e Sony. Capitão América, Thor e principalmente Homem de Ferro, apesar de conhecidos, nunca foram do primeiro escalão da editora. Com o intuito de produzir seus próprios filmes, restou a Marvel recorrer a estes heróis de segundo escalão para criar a franquia mais lucrativa e conhecida da história dos cinemas.
Homem de Ferro foi o escolhido como o primeiro personagem da Marvel a ter um filme desenvolvido pela própria equipe. Com isso em mente, o estúdio selecionou um time de profissionais que conhecia a personalidade de Tony Stark nos quadrinhos. Os roteiristas Mark Fergus, Hawk Ostby, Art Marcum e Matt Holloway souberam transpor a essência do personagem no roteiro, mas nada disso adiantaria se a escolha para dar vida à Tony Stark fosse equivocada.
Talvez a insistência do diretor Jon Favreau (que vinha da direção de Zathura) em contar com Robert Downey Jr. como protagonista seja o fato de maior relevância para a história da Marvel nos cinemas. Uma escolha equivocada que levasse o filme ao fracasso e o Universo Cinematográfico Marvel poderia morrer logo nos seus primeiros estágios.
E Robert Downey Jr. não decepcionou, o filme e o personagem significaram uma guinada na decadente carreira do ator. Hoje é quase impossível desassociar a figura do ator e personagem, e a possibilidade de não ver o ator como Tony Stark após Vingadores: Ultimato ainda assombra muitos fãs.
Jon Favreau e a Marvel foram astutos em rodear o até então problemático ator de outros nomes talentosos. Gwyneth Paltrow, Terrence Howard e o excelente Jeff Bridges criaram através de seus personagens o ambiente perfeito para que Stark pudesse passar por todas as etapas da jornada do herói e concluir com sucesso aquele que ainda é considerado o melhor filme de origem do Marvel Studios.
A venda de armas para países do Oriente Médio sem se importar com o destino que será dado a elas, o lucro de bilhões através da indústria armamentista e o fato de se importar com este fato apenas após ser prejudicado fazem com que Stark consiga representar o pior e o melhor da humanidade. Querer acabar com as guerras que ajudou a criar e com as quais lucrou muito são a perfeita representação de Stark, que ainda pode ser encarado como uma severa crítica ao modo de agir do governo americano.
Mesmo com a necessidade de um final grandioso como quase todos os filmes de super-heróis, Homem de Ferro trouxe novos ares para um gênero que passou a ser levado mais a sério somente após o início da trilogia O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, e hoje pode ser considerado o principal gênero da sétima arte. Verdade seja dita, o mérito é todo de Robert Downey Jr. e Jon Favreau, sem eles o Universo Cinematográfico Marvel não passaria de uma “iniciativa”.
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