Quando se pensa em monstros gigantes, destruição através de seres grandiosos, o primeiro nome em mente é o de Godzilla, o monstro que permeia a cultura pop desde o meio do século passado. E Godzilla II: Rei dos Monstros prova que não há destruição cinematográfica páreo para o maior monstro já visto nas telas.
O filme parte exatamente de onde o seu antecessor termina, com a entrada do gigante no mar e um rastro de destruição deixado para trás. Afinal, o mundo foi salvo por Godzilla, mas a quê custo? Cidades foram destruídas e vidas foram perdidas e uma delas é a de Andrew, filho da doutora Emma (Vera Farmiga) e Mark (Kyle Chandler) e é o desespero dos pais que marca os primeiros minutos de tela e dá o tom do que veremos a seguir.
Com a revelação da existência do Godzilla, a população exige atitudes de seus governantes, e é aí que entra em cena novamente a organização Monarch, responsável pela descoberta de Godzilla e por esconder de todo o mundo a existência de outros monstros.
E é exatamente aqui que mora o maior problema do filme: o protagonismo humano. Ao trazer para a batalha de Titãs um drama familiar tratado de maneira rasa, o que resta aos personagens são participações para criar o famoso alivio cômico e servir como a representação do espectador correndo para todos os lados atrás dos gigantescos protagonistas. As exceções são Ken Watanabe, que retorna no papel do Dr. Serizawa e é o único a tentar ser a voz da razão em meio ao iminente apocalipse; e Millie Bobby Brown no papel de Maddie (filha da Dra. Emma e Mark), que não precisa de muitas cenas para provar porque o mundo ama essa garota, o enfrentamento a um dos pais em determinado momento da trama e quando resolve agir sozinha já faz valer o ingresso.
Sorte que aqui os destaques são os monstros, e que monstros! O aperfeiçoamento gráfico em relação ao filme de 2014 é visível, é possível entender o Godzilla através de suas feições. E como se não bastasse, outros seres da mitologia do personagem são os destaques da trama: Mothra, Rodan e claro, Rei Ghidorah.
Enquanto Mothra e Rodan são protagonistas de luxo, Ghidorah representa de verdade o fim dos tempos, suas cenas são apocalípticas e é quase possível sentir o terror que se instalaria no mundo se a existência de tal monstro fosse real (será que não é?).
Com o perdão do trocadilho, mas as cenas de batalha são monstruosas e tomam cada centímetro de tela disponível. E a paleta de cores e a trilha sonora do filme contribuem para a real sensação de fim de mundo, um acerto do diretor Michael Dougherty que conduz o filme como um verdadeiro blockbuster descompromissado com qualquer senso de realidade. Indo além, é possível dizer que é o maior filme de destruição global desde o primeiro Independence Day.
Há ainda a ligação com Kong: Ilha da Caveira, o personagem e seu habitat são citados nominalmente, e prepara o terreno de maneira magistral para o embate entre o símio gigante e Godzilla já em 2020.
Ao desapegar-se das tramas humanas e focar em Godzilla e nos demais monstros, o filme entrega tudo aquilo que os fãs de kaijus sempre pediram: monstros gigantes, batalhas colossais e efeitos visuais dignos da mitologia desses seres.
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