Existem bandas que tem algumas músicas boas e outras que você logo pula em busca de uma melhor, mas bandas com uma discografia uniforme e coesa que você é capaz de escutar faixa por faixa e ouvir novamente são poucas. E o show do Franz Ferdinand em Curitiba comprovou que a banda se encaixa na última situação.
A noite gelada de Curitiba parecia que não levaria um grande publico até a Ópera de Arame, exótico local escolhido para o show. Mas o que se viu foi um batalhão de fãs de todas as idades lotando o “teatro” nos últimos 15 minutos que antecederam a apresentação.
Ansiosos por hits como Take me out e Do you want to, os presentes cantaram todas as músicas do início ao fim em meio a um mar de braços que se agitavam da pista premium aos corredores tomados por fãs.
Embora desfalcado do guitarrista Nick McCarthy que deixou a banda em 2016, os novos integrantes não deixam a desejar. Dino Bardot não decepciona ao substituir McCarthy e ao lado do também recém-chegado Julian Corrie (teclado), a dupla brinca e se exibe para o público a todo instante, como num momento em que Corrie corre ao redor do teclado sem deixar de tocar.
O mais tímido do grupo é Robert Hardy, sempre discreto no palco e um gigante no baixo. Seus acordes graves são percebidos em todas as canções do grupo e ditam as batidas dançantes durante todo o show. Seu contraponto é o extrovertido Paul Thomson, baterista seguro e completamente insano durante a apresentação, dono de uma técnica incrível que o transforma no backing vocal mais ativo da banda, tudo isso enquanto toca e agita sem parar.
Com um setlist com predominância do álbum Always Ascending, a banda subiu ao palco às 21h para uma apresentação de pouco mais de uma hora e meia em que Alex Kapranos foi um show à parte. Com coreografias e trejeitos que num primeiro momento lembram um dançarino desengonçado, o escocês toma o palco e plateia para si com seu carisma e atenção aos fãs mais próximos ao palco.
É seguro dizer que a banda atingiu uma maturidade sonora que a permite arriscar musicalmente sem ter sua imagem arranhada com os fãs, o que é raro em uma época em que haters invadem redes dos artistas para proclamar toda sua insatisfação com um trabalho que não o agradou.
O indie rock do Franz Ferdinand nunca esteve tão seguro de sua sonoridade, trazendo para Curitiba um show que incendiou a alma dos fãs presentes na Ópera de Arame na primeira apresentação da banda na cidade. Que voltem em breve!
Quanto ao frio, que frio? This fire is out of control!
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