O Livro conta o mistério que é a vida de “A” de 16 anos. Desde que o personagem começou a compreender sua vida ela é assim: Todo dia ele acorda no corpo de uma pessoa diferente sem qualquer aviso, ele simplesmente dorme e quando acorda, está ocupando outro corpo, podendo ser menino ou menina de todas as aparências possíveis, mas com a idade compatível com a sua, e nunca muito longe da pessoa do dia anterior.

  A precisa se adaptar ao novo corpo todas as manhãs acessando a memória do hospedeiro do dia, mesmo que não se sinta confortável de ser aquela pessoa nem seja apenas por aquele dia, tentando sempre passar despercebido, sem alterar as escolhas e rotina do hospedeiro para que ninguém perceba que algo está errado, A não interfere na vida desta pessoa, e não se afeiçoa as novas pessoas que estão a sua volta desta forma no dia seguinte os hospedeiros sequer notam que alguem esteve lá. Sempre mantendo sua personalidade, seus pensamentos e sua individualidade, tentando se manter inteiro mesmo com vidas diferentes diariamente.

As coisas começam a se complicar quando A passa o dia no corpo de Justin e conhece Rhiannon, sua namorada, e acaba se apaixonando por ela. Diferente de todos os dias anteriores, agora os sentimentos existentes são de A e seus pensamentos estão todos voltados para ela.

A já tinha aceitado como seria sua vida, e simplesmente ia vivendo um dia após o outro, cada vez em um corpo diferente, mas seu amor Rhiannon faz com que ele repense toda a sua vida e queira uma vida normal. O protagonista então toma uma decisão arriscada e conta a verdade ao seu amor, Rhiannon, que além de acreditar em A também quer reencontrá-lo e passa a ama-lo apesar da sua aparência diferente sempre o reconhecendo na multidão.

Cada capítulo conta um dia diferente na vida de A, essa mudança diária nos faz ver a perspectiva de outras pessoas além da nossa. Mostra que todos nós temos medos e inseguranças e A vive cada dia como se fosse único, sem nunca se repetir.

Recentemente foi lançado uma adaptação para os cinemas , que como o esperado, é inferior à obra original. Se considerarmos que são públicos diferentes o filme agrada e consegue cativar com um elenco carismático e uma trama que te deixa com o coração apertadinho.

Ao contrário do livro, a história no filme é contada pela perspectiva de Rhiannon, mostrando o dia a dia dela para estar com A.

Uma das grandes alterações realizadas na adaptação foi a falta de preconceitos por parte de Rhiannon, principalmente quando A está em um corpo feminino, nos livros ela tem uma resistência em ter um relacionamento com A sendo uma garota, o que não ocorre no filme.

Sem dúvidas, o que mais me encanta nessa história é que apesar de todo amor que A sente por Rhiannon, ele também transborda empatia e se preocupa com a vida do hospedeiro.
Esta mudança tem um tom mais profundo nos livros, como quando A passa o dia no corpo de uma garota cega, fazendo com que o protagonista evolua com a experiência. Na adaptação cinematográfica, estes momentos são usado como meras desculpas para dificultar a vida do casal.

Com o livro você entra na vida de um garoto gay, um transsexual, um garoto super obeso, um viciado e uma depressiva e é incrível ver a dificuldade do protagonista tendo que lidar com dilemas morais e entender seus hospedeiros. Lamentavelmente no filme não temos essa percepção e todas esses momentos não passam de um mero pedido de desculpas para Rhiannon.

Apesar de querer viver em apenas um corpo para o resto da vida, desde que entendeu sua condição, A nunca tentou, porque ele se preocupa muito com quem ele está habitando, e não sabe com certeza o que aconteceria com o dono do corpo se ele decidisse ficar. Este conflito de ter que escolher entre o amor e a vida de um desconhecido é o auge do livro e novamente não consegue causar o mesmo impacto na adaptação para o cinema.

Gostei muito do livro, e indico para qualquer um, principalmente para quem gosta de se perder numa história diferente que te faz, rir e chorar além de deixar  aquele gostinho de quero mais. O livro mostra muito sobre empatia e amor ao próximo, que devemos nos preocupar com quem está a nossa volta, e que todas as decisões que tomamos podem afetar pessoas que nos importamos. E infelizmente foi essa essência que o filme apesar de lindo e muito bem feito perdeu.

Data da primeira publicação: 28 de agosto de 2012

Autor: David Levithan

Adaptações: Todo Dia (2018)

País: Estados Unidos

Gêneros: Fantasia, Ficção juvenil, Romance de amor

E você já leu o livro ou viu o filme? Conte pra nós que achou!

Ficou curioso? Garanta aqui seu exemplar!

Confira abaixo o trailer da adaptação para as telonas, mas se puder ler o livro antes, sem dúvidas você não irá se arrepender!