Conversamos com Alexandre Nero, protagonista de Albatroz, suspense nacional que estreou no dia 07 de março. Conhecido também pelos seus papéis na TV e teatro, o ator falou sobre o filme. Confira abaixo:
Alexandre, já vimos você interpretar personagens marcantes na TV, você tem uma carreira em ascensão no cinema fazendo comédia, fez João – O Maestro e agora interpreta o Simão, um personagem cheio de camadas e que se vê numa situação surreal. O que você acha mais difícil interpretar, a comédia ou o drama/suspense? E há diferença em interpretar o mesmo gênero na TV e no cinema?
Para o ator, o cinema é algo mais próximo do teatro, mais rápido, como uma corrida de 100 metros rasos. Na TV, as novelas e séries são processos mais longos, quase como uma maratona. Você vai desenvolvendo os personagens aos poucos, dosando o esforço durante o processo para ter fôlego até o final. Para sintetizar, eu diria que essa é a diferença fundamental para quem está atuando.
Albatroz é muito diferente do que estamos acostumados a ver no cinema nacional. Como surgiu o convite para o papel e poderia nos contar como foi sua reação ao ler o roteiro?
O Bráulio Mantovani, roteirista do filme, entrou em contato comigo e me fez esse convite. Quando eu li o roteiro pela primeira vez fiquei surpreso, não entendi a princípio, e isso me chamou a atenção. Gosto dessa sensação, tem tudo a ver com as coisas que eu faço. Acho que há uma supervalorização do sentido das coisas na arte, as pessoas não tem que entender 100% do que está sendo dito. Eu costumo fazer o mesmo as minha musicas, com as minhas peças de teatro. O Bráulio foi assistir ao espetáculo O Grande Sucesso e gostou muito, entendeu que eu poderia ser o ator pra defender esse personagem no filme. Agora, que eu já assisti algumas vezes, entendo bem melhor o filme , mais do que o Bráulio gostaria (risos).
Quero saber de você o mesmo que perguntei ao Bráulio. O Simão é um fotógrafo que presenciou um atentado e captou tudo. O personagem foi duramente criticado por isso. Você entende que isso foi uma crítica à sociedade atual que em sua grande maioria fotografa e posta tudo para depois ajudar, ou você acha que nesse caso o Simão estava fazendo seu trabalho como fotógrafo e não poderia fazer nada para intervir na situação?
É muito difícil julgar alguém que estivesse naquela situação do Simão. As pessoas costumam agir por instinto, na grande maioria da vezes, e acho que foi o que aconteceu com ele. Como fotografo, o instinto do Simão foi fotografar.
Você canta, dança, tem ótimos papéis na TV e cinema. Há algo ainda que você gostaria de fazer como ator? Algum projeto no Brasil ou quem sabe um blockbuster americano?
Na verdade, eu sou músico e canto, mas não danço. Adoraria aprender a dançar, a tocar piano, entre muitas outras coisas. Como ator, sou um pequeno aprendiz, tenho muito para aprender e fazer, ainda. E quero fazer tudo o que me pareça interessante, no Brasil e fora dele.
Para finalizar, uma pergunta um pouco mais bem humorada. Albatroz se mostrou um filme tenso do início ao fim, mas durante a cabine de imprensa pude ouvir alguns risos em um único momento do filme. Afinal, não há tensão que resista a um sonoro e fervoroso “enfia no c*”. Como manter a compostura num momento desses? A cena saiu de primeira ou foram necessários vários takes?
O filme foi feito há dois anos, por isso já não lembro como foi a gravação dessa cena, especificamente. De toda maneira, o humor está implícito na tragédia o tempo inteiro, mesmo que ele seja involuntário. Tragédia e humor se comunicam profundamente.
Albatroz
Além de Alexandre Nero e Andréa Beltrão, completam o elenco Maria Flor, Camila Morgado, Andréia Horta e Gustavo Machado. O filme é dirigido por Daniel Augusto, com roteiro de Bráulio Mantovani, Fernando Garrido e Stephanie Degreas.
Albatroz estreia dia 07 de março.
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