Entre Facas e Segredos (Knives Out) é o novo longa do diretor Rian Johnson (Star Wars: Os Últimos Jedi) que estreia oficialmente nesta quinta, 12 de dezembro. E se na franquia da Lucasfilm o trabalho do diretor foi prejudicado devido a influências externas, aqui Johnson está à vontade para inserir sua assinatura e entregar um dos melhores filmes do ano.
Com um elenco recheado de estrelas (Chris Evans, Daniel Craig, Michael Shannon, Christopher Plummer, Toni Colette, Jamie Lee Curtis, entre outros), Johnson entrega uma obra digna dos mistérios de Agatha Christie, ou se preferir, das obras da saudosa Coleção Vagalume.
Harlan Thrombey (Christopher Plummer) é um escritor renomado, dono de um império construído a partir de suas obras, e também o patriarca de uma excêntrica família que depende completamente de suas finanças. Após a festa de celebração de seu 85º aniversário, Thrombey é encontrado morto em seu quarto e todas as pistas apontam para um suicídio.
Não fosse alguém ter contratado misteriosamente o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig), o caso estaria encerrado. A presença do detetive deixa todos em alerta e levanta a possibilidade de um assassinato do patriarca.
Antes de mais nada, é preciso elogiar o roteiro também escrito por Johnson. O modo como o texto utiliza de piadinhas para fazer críticas ao sistema migratório americano e a forma como a classe alta enxerga países do terceiro mundo, incluindo aí o Brasil. São momentos de humor rápidos que, ao contrário de outros filmes, não tiram a densidade do momento e não interrompem o fluxo da trama.
Johnson ainda inova ao mostrar como o patriarca morreu na primeira metade do filme, criando um caminho inverso que levará o espectador a descobrir ao lado de Benoit Blanc como e quem está por trás da morte do milionário Harlan Thrombey. Benoit cria um instigante jogo de gato e rato que levará o espectador da tensão à gargalhada em segundos, num dos melhores filmes da carreira de Daniel Craig.
Aliás, esse é outro ponto a ser elogiado. Daniel Craig se perde no papel de Benoit Blanc, de uma forma que é difícil acreditar que seja o mesmo ator carrancudo e de poucas palavras de 007, numa atuação elogiável, caricata e extremamente divertida.
E mesmo com um elenco tão estrelado, são Chris Evans e Ana de Armas que conseguem acompanhar o pique de Craig, criando momentos hilários nos momentos de interação de seus personagens. Evans vem numa crescente desde a sua escalação como Capitão América e é certo afirmar que logo o ator será lembrado em premiações por seu trabalho.
Por fim, é complicado falar qualquer coisa sobre a trama sem entrar na zona de spoilers e prejudicar uma das melhores experiências cinematográficas do ano. Entre Facas e Segredos é exatamente aquilo que Sherlock Holmes deveria ser nos cinemas, e Rian Johnson entrega com maestria o melhor filme pipoca do ano.
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