Recebemos do Grupo Editorial Coerência a obra A Vila dos Magos, escrita por Felipe Dantas. O grupo já é reconhecido no mercado por apostar em autores novos, mas pode ser ainda mais surpreendente o fato de que Felipe não é apenas um nome novo no mercado, mas também uma pessoa muito jovem: ele nasceu em 2005 (então fez ou faz apenas 15 anos em 2020). Mas a pouca idade não quer dizer que ele é inexperiente com a literatura, pois apesar de ser seu romance de estreia, ele é um ávido leitor e consumidor de histórias fantásticas, como conta na contracapa de seu livro.
A Vila dos Magos é uma história que mistura um drama adolescente com um universo de monstros e criaturas mágicas, bem ao estilo de Shadowhunters e Stranger Things (dos quais o autor é fã confesso). Começamos a história conhecendo Jeremy, que narra a aventura em primeira pessoa, um garoto normal de 15 anos (um alter-ego do autor? Talvez só ele mesmo possa dizer) que vai à escola, tem alguns poucos mas fiéis amigos e mora na pequena cidade de Terrytown, Louisiana (que existe de fato), nos arredores de Nova Orleans, EUA.
Jeremy não conheceu o pai e foi criado pela mãe, Melissa. Na escola, ele se junta a seus amigos Marcus, Louis e Seth e o grupo decide explorar uma casa mal-assombrada na floresta, da qual ninguém na cidade ousa chegar perto. Eles vão até lá, entram na famigerada casa e têm uma surpresa: uma bruxa os aguarda e dá a eles a missão de encontrar 10 pedras mágicas, que estão espalhadas por diversos pontos do universo. A corrida deles não é apenas para encontrar essas pedras, mas também contra o tempo, pois eles têm 24 horas.
O enredo de A Vila dos Magos se desenvolve muito bem e, apesar de termos um protagonista em primeira pessoa, conseguimos conhecer um pouco da personalidade de cada um dos amigos coadjuvantes, ainda que eles não sejam tão relevantes em alguns momentos para a história andar. Conseguimos sentir as emoções de Jeremy, suas dúvidas, medos e nos simpatizamos com a construção bem acabada e complexa dele, que no fim das contas é só um garoto querendo voltar pra casa.
Desde o começo da história de A Vila dos Magos, Jeremy desperta curiosidade por alguns dons que parecem ser premonitórios e também por apresentar certos comportamentos aparentemente inexplicáveis. No começo achamos até um pouco estranho como ele entra naquele universo de monstros e se adapta tão rápido, mas com o tempo vamos entendendo por quê, e nossa curiosidade sobre as estranhas coisas que acontecem com ele são o melhor motivo para continuar a leitura.
É possível notar todas as influências que Felipe cita na sua biografia, sobretudo Percy Jackson, Shadowhunters, Stranger Things e Once Upon a Time (não vou dar muitos detalhes para não estragar as surpresas, mas quem viu reconhecerá) que são séries bem conhecidas hoje. E mesmo com muitas referências diretas a elas (inclusive dicas sobre como encontrar as pedras em formas de frases das séries), A Vila dos Magos caminha em um sentido bem original. O leitor não pode tirar os olhos das páginas nem se distrair na leitura, porque cada detalhe é muito importante, e o quebra-cabeças que vai se montando ao final sem dúvida surpreende.
A Vila dos Magos não é longo e a leitura flui muito bem, então é possível passar por todas as 197 páginas em um único dia ou em poucos dias. Há diversas pontas soltas que com certeza serão exploradas nos próximos volumes da série, a trilogia Interligados, como o autor deixa bem claro ao final da história e na própria capa do livro. O universo criado é muito interessante e com certeza estamos aguardando os próximos episódios.
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