Chegou dia 15 de maio na Netflix White Lines, a aguardada nova série de Alex Pina, o criador de La Casa de Papel. Prometendo muito sucesso, com uma fórmula que mistura suspense, romance, sexo e drogas, ou seja, uma temática para maiores de 18 anos.
Já no título percebemos que White Lines (traduzido livremente por linhas brancas, ou carreiras brancas) traz menção à cocaína, presente de fato em praticamente todos os episódios e a protagonista das festas mais malucas em Ibiza. A droga é utilizada pelos personagens, traficada por eles e um meio de obter poder.
A série conta a história de Zoe Walker (Laura Haddock), que deixa o marido e a filha em Manchester, após a descoberta do corpo de seu irmão desaparecido, em Ibiza, Axel Collins (Tom Rhys Harries). Zoe vai traçando os passos de Axel, que havia viajado para a ilha espanhola para se tornar um DJ famoso e foi assassinado 20 anos antes. Ela encontra com os amigos do irmão, já mais velhos, mas muito traumatizados pela morte do jovem, e descobre um universo único, das baladas, tráfico de drogas, traições e orgias.
Conforme a narrativa de White Lines vai avançando, cada vez mais o mistério em torno da morte de Axel vai desaparecendo, deixando apenas as consequências de seu assassinato, do qual todos podem ser culpados. Mais e mais a série vai se desenvolvendo para mostrar a evolução da personagem principal, enquanto o seu irmão vai se transformando em uma pessoa totalmente diferente de quem ela acreditava que fosse.
Tudo em Ibiza parece contrastar com a vida da moça em Manchester. Na ilha ela se vê longe de suas responsabilidades, obrigações e também do seu casamento de longa data, o único homem com quem ela havia estado em toda a sua vida. Zoe, que quando jovem teve depressão e tentou suicídio passa a desafiar-se a ter coragem e deixar de lado seu lado conservador de mãe, casada jovem e para completar, bibliotecária – o que parece até um exagero de profissão escolhida para a personagem.
Zoe fala com o público, sentimos que ela está narrando sua história, mas na verdade ela está falando com sua psicóloga, em uma tentativa de pensar os fatos e dar um rumo para a sua própria vida. Seu drama e suas aventuras vão se misturando com as diferentes tramas dos outros personagens, deixando o suspense da morte de Axel de lado, para abordar as vidas dos amigos do jovem. O problema é que é tanta gente, tantas narrativas paralelas que o telespectador vai ficando um pouco cansado.
White Lines trabalha com uma grande quantidade de flashbacks e alguns flashforwards, que vão revelando aos poucos os motivos da morte de Axel e confundindo o passado com o presente, tão grande é a influência de um no outro. A utilização deste recurso já é bastante conhecida pelos fãs do Alex Pina e é feito com maestria.
Outro ponto positivo da série é Ibiza, um lugar muito lindo, que nos deixa com vontade de entrar no mar. Os atores são muito bons e lindos. Percebemos que White Lines busca em primeiro lugar, agradar aos olhos de quem vê, com personagens sensuais e sexualmente disponíveis. De nós brasileiros, chama a atenção a participação do ator português, Nuno Lopes, que fez a novela Esperança em 2002 na Rede Globo. Na série ele é o Boxer, capanga da família Calafat, rica e poderosa, suspeita de ter sido responsável pela morte de Axel.
White Lines não é uma série para ser levada a sério, como vocês podem perceber, mas serve para entreter muito bem e esvaziar a cabeça. Ela pode ser maratonada, com 10 episódios de mais ou menos 40 minutos.
Proponho, especialmente que, caso você queira acompanhar a série, vá sem nenhum tabu, porque alguns dos momentos são muito chocantes, não digo quais, mas revelações bombásticas são constantemente feitas nessa cidade onde os demônios das pessoas parecem andar lado a lado sem nenhum pudor. Quando você menos perceber, White Lines será o seu próximo Guilty Pleasure.
Você pode assistir a primeira temporada na Netflix.
E você, já viu White Lines? Comente aí e deixe sua sugestão.
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