Em 2014, Uma aventura Lego foi um dos filmes mais bem recebidos pelo público, tendo gerado, só nas bilheterias, uma receita de quase 500 milhões de dólares, alavancando as vendas dos brinquedos da companhia e ainda produzindo o spin-off Lego Batman, de 2017. Agora, em 2019, a franquia ganha mais um episódio, uma continuação direta da primeira aventura, com os mesmos personagens agora vivendo situações diferentes, mas igualmente hilariantes.
No novo episódio, Emmet (voz de Chris Pratt no original), o otimista incorrigível, precisa aprender a lidar com a realidade sombria que restou depois da invasão de inúmeros brinquedos fofos e coloridos ao seu mundo. Megaestilo, ou Lucy (Elizabeth Banks), está ao seu lado, e tenta a todo custo fazê-lo ficar mais “durão” para poder sobreviver nessa nova conjuntura. Quando a Liga da Justiça parte em direção ao desconhecido para tentar conter as invasões, mas fica 5 anos sem sequer dar notícias, todos acabam perdendo as esperanças de que as coisas podem melhorar.
Esse é o enredo principal, mas ele corre em paralelo, tal como no primeiro filme, com as histórias do mundo real, envolvendo o garoto Finn (Jadon Sand) e, desta vez, sua irmã mais nova, Bianca (Brooklynn Prince). O grande ponto interessante da história é essa ligação estabelecida entre os dois mundos, que o diretor Mike Mitchell respeita muito, aproveitando a ideia do episódio anterior. As ações dos personagens no mundo animado parecem espontâneas, mas o tempo todo somos lembrados que aquilo está acontecendo na cabeça dos irmãos. O filme é, lógico, uma grande propaganda dos brinquedos, mas tem conteúdo e explora muito a ideia de que a imaginação pode nos levar tão longe quanto desejamos ir.
Finn já é adolescente, mas continua brincando de construir seus mundos de brinquedo, e Emmet representa, dentro desse mundo, o que o garoto é na realidade: alguém que não desiste de sua essência, mas fica o tempo todo sendo lembrado que precisa crescer. A adição de Bianca, por sua vez, é muito positiva, porque ela representa uma nova visão sobre as brincadeiras e sobre o nosso próprio mundo.
Dentro do universo criado por Finn, os brinquedos fofos e coloridos ameaçavam toda a ordem do sistema, mas não representam nada além da vontade da menina de brincar com o irmão, um ídolo para ela, já que ele construía tantas coisas legais com as peças de Lego. Bianca é mais nova e não consegue convencer o irmão com palavras, por isso, está “sequestrando” algumas de suas peças aos pouquinhos, e isso vai gerando os conflitos no mundo animado, que agora precisa novamente de Emmet para ser salvo. Tudo isso é feito com muito humor e boas sequências de animação, ao mesmo estilo da simulação digital de stop-motion que foi vista no primeiro. O 3D não é essencial para se ter uma experiência completa, mas pode dar um charme a mais.
E é uma experiência que com certeza vai divertir adultos e crianças, pois em vários níveis a história mostra ensinamentos interessantes e importantes, sem, claro, aquela chateação moralista, e não esquecendo ainda dos momentos emocionantes e das músicas que vão “grudar” na sua cabeça. Se há uma animação recomendada pra todo mundo esse ano, com certeza é essa.
Deixe um comentário