Com estreia no dia 11 de dezembro, The Wilds ou como foi traduzida, de maneira bem mais ou menos, Vidas Selvagens, já ganha destaque de crítica. Não tem como negar a semelhança de The Wilds com Lost, inclusive, ela foi chamada de a Lost com adolescentes por diversos sites. Mas a verdade é que a série incorpora aspectos de muitas séries já conhecidas, com o intuito claro de atrair espectadores mais jovens para o serviço de streaming da Amazon, já que a Netflix é quem tem mais força nessa faixa etária.
Criada por Sarah Streicher e produzida majoritariamente por mulheres, The Wilds conta a história de Fatin (Sophia Ali), Dot (Shannon Berry), Martha (Jenna Clause), Rachel (Reign Edwards), Shelby (Mia Healey), Nora (Helena Howard), Toni (Erana James), Leah (Sarah Pidgeon) e Jeanette (Chi Nguyen), jovens que estão indo para uma espécie de retiro apenas para meninas, que necessitam trabalhar seu empoderamento e enfrentar problemas pessoais. Porém, o avião cai em uma ilha deserta e elas são obrigadas a conviver umas com as outras e ao mesmo tempo sobreviver.
Assim como Lost, The Wilds vai trazendo em cada episódio a história de cada uma das personagens, por meio de flashbacks. Vamos criando empatia e aprofundando nosso conhecimento por cada uma delas. Ao mesmo tempo, a história que parece ser um tanto bobinha de início, ou até mesmo inocente, acaba ganhando campo e adentrando diversos problemas comuns e difíceis da vida de uma adolescente.
A série ganha muitos pontos em representatividade, tratando de meninas muito diferentes, com contextos diferentes, traumas e problemas de personalidade, que faz com que o público jovem, de fato, consiga se identificar. O tempo dos episódios acaba sendo perfeito para isso, 50 minutos. Vemos a busca pela perfeição imposta pela sociedade, sexualidade, abuso, casos de bullying e principalmente o feminismo.
O ponto alto de The Wilds é o tema do empoderamento feminino diante da sociedade patriarcal. É muito raro ver uma série constituída basicamente por mulheres e mulheres que são obrigadas a conversar sobre os mais diversos assuntos, que na maior parte das vezes não incluem os homens. É certo de que elas estão sendo entrevistadas por investigadores homens, mas por trás deles, temos outra mulher, responsável por todo o ocorrido (e não posso falar mais para não soltar spoilers).
Outro assunto que merece ser destacado, e que The Wilds traz com muita destreza, é a saúde mental de jovens adolescentes, obrigadas a enfrentar os desafios da sociedade. Todas as meninas são obrigadas a refletir sobre suas realidades antes da ilha e o que farão depois dela. E as atuações são espetaculares, é impossível não ficar torcendo por cada uma ao longo da história.
The Wilds traz uma jornada de amadurecimento, como muitas outras séries adolescentes, mas é refrescante ver meninas lidando com outras meninas, em um campo que normalmente encontramos tantos homens, sem fetichização e de maneira tão natural, mesmo que em um ambiente distópico. Assim, essa é uma série interessante, que merece ser assistida, com toda a certeza. No fim, ficamos esperando pela segunda temporada e torcendo para que cada uma das meninas possa lidar com suas vidas e seguir em frente.
The Wilds está disponível na Amazon Prime Video.
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