Faz poucos anos que as séries de super-heróis voltaram a ficar em alta, e enquanto algumas emissoras focaram na produção de séries da Marvel e DC, outros preferiram adaptar materiais até então desconhecidos do grande público. E um dos grandes acertos da Netflix foi olhar para The Umbrella Academy, HQ criada por Gerard Way (vocalista da banda My Chemical Romance) e ilustrada pelo brasileiro Gabriel Bá.
Para quem ainda não conhece a série, a primeira temporada mostra Ellen Page, Tom Hopper, Emmy Raver-Lampman, Robert Sheehan, Aidan Gallagher, David Casteñeda e Justin H. Min como os irmãos Hargreeves, crianças que nasceram com poderes misteriosos e foram “compradas” por Sir Reginald Hargreeves, papel de Colm Feore. Os irmãos são treinados para serem super-heróis, mas a morte de um deles acaba abalando a equipe, fazendo com que tomem rumos diferentes e acabem se reencontrando anos depois para o velório do pai.
Chamados por números ao invés de nomes, os irmãos precisam lidar com viagens no tempo, mentiras do passado que colocarão a família em risco e um iminente apocalipse. O resultado: os irmãos foram enviados para o passado para escapar do apocalipse de 2019.
Uma abordagem interessante da 2ª temporada foi mostrar que a viagem no tempo pode funcionar de maneira diferente para cada um. Mesmo viajando para o passado no mesmo momento, os irmãos acabam sendo enviados para Dallas em diferentes anos da década de 60. Sozinhos, acabam criando uma nova vida e novos laços de relacionamento, algo até então deixado um pouco de lado na primeira temporada.
O relacionamento com pessoas comuns trouxe amadurecimento e responsabilidade aos irmãos, fazendo com que o reencontro tirasse um pouco do grupo a aura de família instável, já que agora tinham vínculos e responsabilidades com outras pessoas.
O contexto histórico de Dallas na década de 60 não poderia ser mais acertado para a nova temporada e até para os momentos atuais. Mostrar o envolvimento de Allison (Emmy Raver-Lampman) com o movimento de reivindicação de direitos para a população negra, o relacionamento de Vanya (Ellen Page) com Sissy (Marin Ireland) e até mesmo a fé cega dos seguidores do culto criado por Klaus (Robert Sheehan) servem para mostrar que a luta contra o obscurantismo, preconceito e racismo não podem cessar nunca. Passados mais de 50 anos, ainda vemos diariamente situações que na década de 60 já pareciam ultrapassadas, mostrando que a humanidade não evoluiu tanto quanto gostaríamos.
Embora Ellen Page e Tom Hopper sejam os nomes mais conhecidos entre os intérpretes dos irmãos Hargreeves, são Justin H. Min e Aidan Gallagher que carregam a temporada nas costas.
Min, o intérprete do espírito de Ben, o número 6, vê sua divertida dinâmica com Klaus ser ampliada na nova temporada, dando mais destaque ao personagem e a seus dilemas “existenciais”, sendo impossível não se emocionar com sua participação no momento crucial do último episódio.
Já Aidan Gallagher traz para o número 5 – personagem cujo nome ainda não foi revelado – toda a loucura e inquietude de um homem experiente preso ao corpo de um adolescente e tentando evitar um segundo apocalipse, extraindo do jovem ator atuações dignas de nomes experientes, seja através de seu olhar fuzilante em determinados momentos ou nas cenas que precisa contracenar com atores mais experientes.
Com episódios mais curtos (a primeira temporada teve episódios de 60 minutos), uma trilha sonora pop (destaque para a versão ska punk de Bad Guy interpretada pela banda The Interrupters), efeitos especiais muito bem feitos e coadjuvantes que roubam a cena, a série é uma das atrações mais divertidas da Netflix para os fãs de quadrinhos.
Restará a Steve Blackman, criador da série, quebrar a cabeça para que uma eventual terceira temporada consiga subir ainda mais o nível de The Umbrella Academy, uma série que se coloca ao lado de The Boys, como uma das melhores adaptações do gênero de HQs.
E você, o que achou da 2ª temporada de The Umbrella Academy? Deixe sua opinião nos comentários.
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