Os sul-coreanos estão dominando o mundo, começou com o k-pop, depois o Oscar – grande vencedor com Parasita – e agora o universo das séries, até mesmo de terror, esse é o caso de The Kingdom, uma série surpreendentemente boa e linda (apesar de muito gore).
Sem spoilers nesse post, já aviso que se você não gosta de nada escatologicamente realista ou se você não consegue ver gente vomitando, eu não recomendo nenhum pouquinho The Kingdom. Mas se você adora zumbis, muito suspense e tramas cheias de intriga, a série tem muito para oferecer. Com roteiro de Kim Eun-hee, baseado em seu próprio webcomic, e direção de Kim Seong-Hun e Park In-Je.
A segunda temporada foi lançada ainda em março deste ano e era muito esperada pelos fãs, já que os episódios são consideravelmente rápidos e são apenas seis. Sem dizer, é claro, sobre o momento que estamos passando agora, no qual os temas apocalípticos estão em alta.
Podemos dizer que The Kingdom é uma mistura de The Walking Dead com Game of Thrones, zumbis de um lado e guerras pelo poder do outro. Primeira série coreana produzida pela Netflix, e que produção! As imagens são tão maravilhosas, que qualquer print da tela pode ser transformado num quadro de lindo a assustador.
A história se passa em uma Coreia feudal comandada por um rei. Por aí já podemos dizer que é algo inovador: quando pensamos em zumbis já imaginamos o fim do mundo mais próximo de um futuro, com tecnologias ou meio distópico. O enredo de The Kingdom é o contrário, temos soldados com espadas, arco e flecha, instrumentos rudimentares e armas de fogo antigas, talvez as primeiras que existiram.
Para ser ainda mais único, temos a intriga política. O rei não pode ser visto, porque está com uma doença grave, de acordo com os conselheiros e a rainha, que está grávida do futuro herdeiro do trono. Lee Chang (Ji-Hoon Ju) é o príncipe bastardo que tenta falar com o seu pai e descobrir a verdade sobre sua doença, mas é acusado de traição. Após roubar os registros médicos, com a ajuda do seu fiel escudeiro, Mu-Yeong (Kim Sang-Ho), ele parte para Dongnae, onde mora o último médico que atendeu seu pai.
A partir desse momento da trama, outras histórias em paralelo se unem. Em Dongnae, o príncipe conhece a enfermeira Seo-bi (Bae Doona, Sense 8) e um habilidoso atirador, ex-caçador de tigres, que fugiram de um ataque de zumbis. Chang precisa então ajudar o povo das regiões próximas a combater, o que todos começam a denominar de Pandemia.
Os zumbis de The Kingdom, muito diferente do que estamos acostumados, são rápidos e ao morder também transmitem a doença em uma velocidade alarmante, causando um enorme desespero nos telespectadores. Nem as crianças se salvam e acabam também virando zumbis ou sendo mordidas pelas próprias mães. Tudo isso junto deixa The Walking Dead no chinelo.
Outra diferença de The Kingdom com relação a outras séries e filmes com mortos-vivos é a explicação dada para o aparecimento dos seres. De fato, temos nas duas temporadas alguma pesquisa realizada pela médica, que acaba se dedicando inteiramente em encontrar uma cura, e ficamos surpresos a todo momento com as novas descobertas.
Apesar de muito sangue, nojeira, corpos em putrefação, a série de suspense é deslumbrante. Como já mencionei, a fotografia é incrível, reconstruindo com muito cuidado uma época remota da Coreia do Sul. As construções são lindas e os campos abertos também, nos transportando para cada ambiente retratado. Para compor ainda as imagens, temos um figurino, cheio de detalhes, que demonstra também a importância de cada botão e enfeite da rainha aos quimonos cheios de sangue dos soldados.
The Kingdom é uma série que, definitivamente, merece sua atenção e que com certeza foi bem cara para ser produzida. Ela vai além dos zumbis e da trama de intrigas de uma família real. Ela explora corrupção, a diferença entre ricos e pobres em qualquer sociedade e ainda traz o aspecto estético nas cenas mais inusitadas e desesperadoras que você pode imaginar.
Você pode assistir as duas temporadas disponíveis na Netflix.
E você, já viu The Kingdom? Comente aí e deixe sua sugestão.
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