Saiu esse mês na Netflix a quarta temporada de 3% e como todo mundo do Coletivo Nerd é bem nerd, eu maratonei toda a série em uma semana para vir escrever para vocês o que eu achei.
Para quem anda por fora do catálogo do serviço de Streaming e fica o tempo todo reclamando que não tem série brasileira boa e que queria ver algo diferente, eu recomendo muito 3%. A série é de ficção científica, criada por Pedro Aguilera, e essa quarta é a última temporada, depois de nos trazer um futuro distópico e pós apocalíptico no nosso país, que vamos combinar, é bem divertido só de imaginar.
No elenco temos muitos estreantes, mas também alguns atores já bem conhecidos, como Bianca Comparato (Michelle), Vaneza Oliveira (Joana), Rodolfo Valente (Rafael), Laila Garrin(Marcela), Bruno Fagundes (André), Thais Lago (Elisa), Cynthia Senek (Glória) e Rafael Lozano (Marco).
3% foi um sucesso tão grande que foi considerada a série de língua não-inglesa mais assistida nos Estados Unidos e ainda foi legendada e dublada para várias línguas, sendo distribuída para 190 países. E curiosamente essa não é a primeira versão do projeto, que teve o seu piloto apresentado pela primeira vez, pelo criador, enquanto estudava Audiovisual na USP. Acabou sendo oferecida para a Netflix e tornou-se a primeira produção original brasileira no serviço de Streaming e a segunda na América Latina.
Para quem não assistiu, 3% conta a história de um universo pós-apocalíptico, dividido em dois: o Continente, onde mora a maioria das pessoas, que não têm acesso aos recursos básicos, e o Maralto, uma ilha com abundância. O sonho de todos os habitantes do Continente é poder chegar a habitar essa ilha, porém apenas uma parcela da população, os 3%, consegue alcançar esse objetivo, através do chamado Processo, que nada mais é do que uma seleção de candidatos através de provas e entrevistas para os cidadãos que completaram 20 anos.
A quarta temporada de 3% acontece depois da criação da Concha na terceira, a comunidade do Continente fundada pela Michele, que havia sofrido com uma tempestade de areia e iniciado, também, um processo para manter alguns habitantes, já que não teria provisão para todos. Em uma tentativa de trégua entre o Maralto e a Concha, André, irmão de Michele e o novo líder do Processo convida alguns representantes para visitar a ilha. Enquanto Michele fica na Concha com Xavier, Joana, Rafael, Marco, Elisa e Natália vão para o Maralto, na tentativa de acabar com o lugar.
Essa temporada de 3%, tal qual a terceira, tem muitos momentos que parecem ser de pura enrolação, já que as resoluções dos problemas acabam sendo muito fracas. Porém, a série acertou em trazer mais sobre o passado dos fundadores, que eu não sei vocês, mas eu estava louca para conhecer e achei que demorou demais para acontecer.
Sem dúvida a terceira e quarta temporadas não foram tão boas quanto a segunda e menos ainda que a primeira, que seguia muito mais a linha Jogos Vorazes, ou indo ainda nas raízes da criação do estilo, Battle Royale. Porém, o que a primeira temporada tinha de produção mais iniciante, precária e independente, na quarta percebemos uma evolução completa dos personagens e atores.
Uma coisa que me surpreende muito e que com certeza é um ponto positivo da série, é a brasilidade, presente nas roupas, mesmo naquelas de aspecto futurista e mais ainda nas rendas e nós, dos habitantes da Concha. Parece que, no quesito vestuário, a série vive se inovando e deixando o público de boca aberta. Ainda sobre essa brasilidade, não posso deixar de citar a trilha sonora, que sempre foi incrível, trazendo até nós cantores brasileiros, inclusive em cena.
Se os problemas de roteiro de 3% são às vezes muito aparentes, eles são logo esquecidos pela beleza da série e a novidade constante que ela traz, desde a ideia de uma ficção científica fora dos Estados Unidos, com um elenco diverso e um cenário maravilhoso, gravado em vários lugares do Brasil, inclusive nas instalações de Inhotim. Eu não sei vocês, mas eu chego a ter arrepios pelas construções desse que é o maior museu a céu aberto da América Latina.
Por fim é necessário bater palmas para os atores, que sempre surpreendem com suas histórias e reviravoltas de enredo. Na minha opinião, a melhor de todas é Vanessa Oliveira, a Joana, que iniciou sua carreira na série e foi se tornando cada vez melhor, até o final dessa temporada. A diversidade, também é um ponto alto que vai sendo cada vez mais explorado ao longo das temporadas, com personagens negros, asiáticos, homossexuais, transexuais, polissexuais… Qualquer um pode ir para o Maralto, criando um conflito que envolve em grande parte o mérito e a descendência, já que os 3% deixam de lado a hereditariedade para viver uma nova vida, como um renascimento.
Pode ser que você não ache 3% a melhor série de ficção científica já criada e também pode ser que você nem curta ficção científica, mas vale a pena divulgar essa produção, tão importante para nós brasileiros e que acabou incentivando a criação de várias outras séries daqui. E se você já começou, não custa nada ir até essa quarta temporada conferir o que vai acontecer com os personagens.
Você pode ver a quarta e última temporada de 3% na Netflix.
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