A mais nova série espanhola saiu ainda esta semana na Netflix, Perdida. Todo mês a plataforma de streaming aposta em um lançamento do país e a escolhida da vez foi essa série criada por Natxo López (O Penhasco), classificada como um thriller emocional, do tipo que temos visto com alguma frequência e atraído um grande público.
Perdida foi exibida na Espanha no começo do ano pelo canal Antena 3, que trouxe os grandes sucessos de audiência por aqui no Brasil, como La Casa de Papel, Vis a vis e Toy Boy. Produzida pela Big Bang Media, com roteiro escrito por Ruth García e David Oliva e direção de Iñaki Peñafiel, David Ulloa e Rafa Montesinos. A Netflix é a responsável pela distribuição internacional da série.
A trama conta a história de Soledad, uma menina desaparecida aos 5 anos de idade em uma praia em Valencia. Os pais procuram pela criança por toda parte, mas apenas 13 anos depois, Antonio (Daniel Grao), o pai, recebe uma pista de seu paradeiro. A partir daí, ele faz de tudo para encontrá-la, inclusive viajar para a Colômbia traficando cocaína, para ser preso em uma das piores prisões do mundo, La Brecha, onde está também o sequestrador de sua filha.
Em Perdida, acompanhamos não apenas o pai em sua desesperada busca, mas também a mãe e uma procuradora da justiça que passou todo esse tempo insistindo no caso, acreditando que poderia ter uma solução. Paralelamente temos a trama da advogada, Milena, que defende Antonio, mas também é responsável por livrar o narcotraficante, dono da Colômbia, de acordo com ele mesmo, Quitombo.
O elenco conta com a participação de atores dos mais diversos países, como Espanha, Colômbia, México e Cuba. Dentre eles Daniel Grao, Carolina Lapausa, Adriana Paz, Fernando Solorzano, Ana María Orozco, Melani Olivares e Verónica Velásques.
Um destaque merece ser dado para as filmagens, com planos abertos em que podemos ter uma ideia da configuração urbana da Colômbia, ao mesmo tempo das belas praias da Espanha. Ao todo foram utilizadas 120 locações externas, que devem ter dado bastante trabalho para os diretores. As cenas são muito bem feitas, com bastante ação e perseguições.
Segundo o protagonista Daniel Grao, em entrevista para o El Periodico, foram quatro meses de filmagens intensas em alguns lugares, até mesmo, muito perigosos, que precisavam de escolta militar em Bogotá. E a quantidade de ação é tanta, que foram utilizadas 3200 balas de mentira para rodar a série.
Perdida reúne, porém, apesar desses pontos positivos, alguns negativos, que pesam demais na hora de acompanhar a história, o principal é a quantidade de subenredos com uma polícia corrupta, cartéis de drogas, histórias de presidiários, a história da ex-esposa de Antonio, da advogada mexicana, da atriz, mãe de Soledad, da própria Soledad… e por aí vai. É coisa demais para assimilar.
Os atores de Perdida defendem dizendo que tudo se encaixa, porém encontramos algumas histórias que nada colaboram para o desenvolvimento da história, como a de Jaramillo (Jaime Valero), que está sendo perseguido, mas é protegido pela procuradora do caso.
Outro acontecimento de Perdida, que apesar de ser o desencadeador de tudo, é também o centro de nada: a prisão de Antonio, que serviria para ajudar a encontrar a filha. O que temos porém são informações inúteis obtidas por ele, já que Inma, a mãe da menina, já consegue saber das mesmas coisas estando fora da prisão, chegando a encontrar Soledad antes e ainda dizer que já sabia de tudo.
O roteiro de Perdida é, obviamente, óbvio, como é de se esperar de uma série com esses problemas, então não podemos dizer que tudo que foi dito aqui pode ser considerado spoiler. Nada surpreende o espectador, as revelações não têm peso e tudo parece ser fruto de coincidências do destino, encontros fortuitos e coisas do tipo. Todo mundo tem um passado estranho envolvendo uma das pessoas do enredo, como é o estranho caso da atriz Milena, com o capanga de seu marido, Cruz. A impressão que fica é que Bogotá é uma cidade minúscula e todos se conhecem.
A série tem 11 episódios de menos de uma hora, o que acaba sendo demais. O clima é cansativo, com muita ação, barulhos ininterruptos e acontecimentos confusos demais, tudo junto e misturado. Ainda não temos informação se haverá uma segunda temporada, para quem quiser, vale a pena conferir a primeira, apenas se você adora tramas cheias de ação e drama, com um toque novelesco. Eu, particularmente, me senti como o título mesmo diz: Perdida.
Você pode assistir Perdida na Netflix.
E você, já viu a série? Comente aí e deixe sua sugestão.
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Estava procurando uma crítica que batesse com o que achei da série e encontrei aqui. Como Vis a Vis e La Casa de Papel há coisas impossíveis de engolir.