Com a chegada de Cobra Kai na Netflix e o lançamento da terceira temporada da série, a vida dos atores de Karate Kid tem sido alvo de grande curiosidade para os fãs, em especial do ator que não pôde estar presente, Pat Morita, o icônico Sr. Miyagi dos filmes. Pensando nisso, dia 5 de fevereiro estreia o documentário sobre a vida desse ator nipo-americano, que se tornou conhecido por muitas gerações, mostrando que ele é mais do que apenas o Miyagi, como diz o título: More than Miyagi. Nós do Coletivo já vimos o filme e estamos aqui para contar tudo para vocês.
More than Miyagi foi dirigido e produzido por Kevin Derek e começa com o relato de diversos atores que trabalharam com Pat Morita ao longo de sua carreira. O foco, porém, está na última esposa do ator, Evelyn Guerrero, que ajudou na criação do documentário, filmando cenas ao longo da vida do marido e contando histórias durante a entrevista do documentário.
Ao longo de More than Miyagi temos acesso à infância de Pat Morita, sua carreira como comediante de stand-up e o sucesso alcançado com Karatê Kid. É muito curioso como o documentário alcança um nível dramático, enfatizando os problemas pessoais do ator, sua tuberculose espinhal quando tinha ainda dois anos de idade e seus problemas com o alcoolismo.
More than Miyagi traz o depoimento de diversos atores que puderam estar ao lado de Pat Morita, como é o caso de Ralph Macchio e William Zabka (Karatê Kid e Cobra Kai), Marion Ross e Henry Winkler (Happy Days). É comovente ver Martin Kove, o adversário de Miyagi, John Kreese, falando sobre o ator, relembrando o bom humor dele nos sets de gravação, versatilidade e vulnerabilidade.
Um momento muito interessante do documentário, é saber que Pat Morita decidiu ser ator muito tardiamente, com 30 anos e já pai. E, apesar de ter sido indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 1985 pelo o seu papel como sensei de Daniel LaRusso, ele quase não foi escolhido para ser o senhor Miyagi. O produtor de Karatê Kid não queria o ator para o papel e sim Toshiro Mifune, o grande ator japonês que não falava inglês, o que era um problema. Porém, ao ver a atuação de Pat, todos mudaram de ideia e viram que ele podia ser mais do que um ator de comédia.
More than Miyagi trata um pouco também da família de Pat, que viveu em um chamado Relocation camp, o campo de concentração dos japoneses, durante a segunda guerra mundial e a discriminação sofrida nos Estados Unidos, por causa de sua nacionalidade. Um fato que poucas pessoas sabem com relação ao ator e também à história dos Estados Unidos.
More than Miyagi também relata, o que eu considero de maior valia, a dificuldade dos atores orientais em conseguir adentrar o universo televisivo e cinematográfico, que utilizou e ainda utiliza com alguma frequência atores brancos interpretando papeis de pessoas orientais, muitas vezes de maneira caricata e ofensiva – o chamado yellow face. Na época de Pat Morita isso era, até mesmo, aceitável, mas ainda hoje existe. Esse grande ator, através de seu papel e destaque conseguiu reverter esse quadro, ainda que de maneira sutil, e por esse motivo é digno de ser recordado.
Pat Morita morreu aos 73 anos de idade, em 2005, mas como podemos ver, ele deixou um legado importante, além de seus primoroso trabalho em Karatê Kid. Ele abriu portas para muitos atores orientais e provou que Hollywood precisava diversificar seu universo. É impossível não lembrar do ator e sorrir um pouco com seu senso de humor e delicadeza em sua atuação, bem representada em More than Miyagi.
More Than Miyagi: The Pat Morita Story estará disponível no dia 5 de fevereiro nas plataformas do iTunes e Amazon Prime Video nos Estados Unidos. Ainda sem previsão para o Brasil.
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