É difícil falar de um filme de espionagem sem mencionar 007, falar de tensão sem lembrar de Batman: O Cavaleiro das Trevas ou até mesmo falar de ação sem lembrar de qualquer um dos filmes da Marvel. Dito isso, é gratificante dizer que tudo isso e um pouco mais pode ser encontrado no novo filme Missão: Impossível – Efeito Fallout.
Assim como Tom Cruise, a franquia tem melhorado cada vez mais com o passar dos anos e a prova disso é Efeito Fallout, que apesar de toda a grandiosidade das cenas de ação não se esquece do plot de origem da franquia: a espionagem. No novo filme da franquia, Ethan Hunt precisa impedir um ataque nuclear ao mesmo tempo que tenta evitar a fuga de Solomon Lane (Sean Harris), vilão do filme anterior; tudo isso com sua lealdade a seu país colocada a prova. E as táticas mirabolantes de espionagem utilizadas para atingir os objetivos, por mais que esperadas, ainda são criativas ao ponto de arrancar do rosto do espectador um sorriso de satisfação.
Se em Missão: Impossível – Nação Secreta as cenas de ação eram de tirar o fôlego, em Efeito Fallout isso é potencializado. De Paris a Caxemira, as locações são integrantes essenciais ao filme, seja pela utilização da arquitetura e vielas de Paris ou pela insana perseguição de helicópteros pelas paisagens indianas.
Além de tudo, Ethan ainda precisa lidar com seus próprios fantasmas, criados por um passado dedicado a salvar o mundo, abdicando completamente de uma vida pessoal que sonhou em ter. É nesse momento que o senso de humanidade de Ethan se torna mais presente, fazendo que o agente valorize uma vida tanto quanto a de milhões, o filme consegue nos inserir dentro da aflição do personagem.
É visível ainda a preocupação com a única família que restou a Ethan: Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames), tão essenciais para o sucesso das missões como Ethan e ao mesmo tempo tão humildes ao ponto de reconhecerem que “Ethan é o cara”. Responsáveis por alguns dos momentos mais cômicos da franquia como um todo, aqui Luther tem seus momentos de destaque na trama; primeiro ao não se importar com a própria vida para o sucesso da missão (o que é parte do trabalho), e segundo ao falar de maneira emocionada sobre Ethan, um momento aliás que fará o espectador mais forte engolir a cena a seco ou emocionar-se com o personagem. Pequenos momentos, mas que nos lembram da importância das pessoas como um todo para um trabalho de equipe bem sucedido.
Efeito Fallout é o melhor longa da franquia
Christopher McQuarrie é o primeiro diretor da franquia a retornar para uma nova ação, e assim como no filme anterior, ele também é responsável pelo roteiro e isso faz com que o diretor tem o filme na mão. Da abertura do filme ao seu encerramento, a trilha sonora de Lorne Balfe traz a tensão da tela para o espectador, deixando-o na ponta da cadeira. Não é força de expressão, em determinados momentos me peguei com as mãos se segurando na poltrona, ou apertando os dedos com o que ocorria em cena. Lembro de uma trilha sonora me provocar tal efeito em Batman: O Cavaleiro das Trevas.
Aliás, o filme lembra em muito a melhor história de um personagem de HQ, não pela história, mas pela trilha, pela montagem do filme, os efeitos práticos e até mesmo pelo discurso no final do longa. O roteiro e direção de McQuarrie, a trilha de Lorne Balfe e a fotografia de Rob Hardy tranformam Efeito Fallout no maior e melhor filme da franquia Missão: Impossível.
Missão: Impossível – Efeito Fallout é sem sombra de dúvidas o melhor e maior filme de ação do ano. Isso num ano que contou com os lançamentos de Deadpool 2 e a primeira parte da conclusão do universo cinematográfico da Marvel, Vingadores: Guerra Infinita. Resta saber se McQuarrie voltará para uma sequência. “Sua missão, caso aceite” não será fácil, mas o diretor parece tão à vontade na cadeira diretor quanto Tom Cruise pulando prédios ou pendurado a um helicóptero.
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