A Netflix estreou recentemente a série Sex Education, uma divertida e impactante história em envolvendo o mundo adolescente. A história parte do ponto de vista do garoto Otis (Asa Butterfield), um adolescente perfeitamente normal, mas paranoico quando o assunto é sexo, não porque ele seja um virgem frouxo ou porque se sinta reprimido por tabus, mas justamente pelo contrário, afinal, sua mãe e seu pai são psicólogos especialistas em vida sexual.
Aos poucos, vamos sendo apresentados à vida de Otis, seu melhor amigo, Eric (Ncuti Gatwa), sua paixão platônica Maeve (Emma Mackey), e os diversos tipos humanos encontrados na escola: o valentão, as patricinhas, as meninas taradas, os nerds esquisitos etc. O protagonista tem um destaque maior, obviamente, mas nenhum desses outros personagens passa despercebido, e cada episódio vai focando nos problemas pessoais de cada um. O que une todos é a iniciativa de Otis e Maeve em promover um “atendimento” aos problemas sexuais dos colegas, afinal, Otis, além de possuir em sua casa o melhor arsenal teórico sobre o tema, possui um talento inegável para ouvir e entender os problemas dos outros.
E ainda que trate de dramas adolescentes, a série não deixa de se guiar pelo bom humor, apresentando situações reais e que podem ou poderiam ter acontecido a qualquer um. Embora a realidade britânica esteja bem distante da brasileira, é possível que o espectador daqui se identifique com muitas situações de sua própria adolescência (tendo passado por ela há tempos ou não), mas sem apelo ao sentimentalismo saudosista. Os dramas são do presente, num mundo em que todos estão conectados pela internet na ponta dos dedos, mas os problemas são os de sempre: perder a virgindade, descobrir o amor, livrar-se da perseguição dos pais, lidar com o bullying, assumir sua sexualidade ou os problemas com ela etc.
(Divulgação /Netflix)
Há comédia sim, mas ela também não é nada similar ao famoso besteirol americano (que inclusive é referenciado em uma ótima sacada no penúltimo episódio), afastando-se por completo daquele riso bobo: as piadas têm conteúdo, e estão todas inseridas no contexto incitado pela produção. A censura é 16 anos e algumas cenas de sexo são bem explícitas, mas também não são apelativas, trazendo, ainda por cima, pessoas de raças, cores e sexualidades diferentes, cuidadosamente representando as diferentes pessoas que encontramos todos os dias e os desafios a serem enfrentados por elas, independentemente de suas características físicas ou psicológicas (afinal, a vida real é assim).
Portanto, se estiver de bobeira procurando uma série para ver, não deixe de conferir essa ótima produção. Já estamos ansiosos, inclusive, pelas próximas temporadas.
https://www.youtube.com/watch?v=shpb-5tim8k
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