Escape Room conta a história de seis estranhos que acabam sendo misteriosamente convidados para um experimento inusitado: ficar trancados em uma imersiva sala enigmática cheia de armadilhas e, caso consigam sair, eles ganharão uma boa quantia em dinheiro. Mas quando percebem que os perigos são mais letais do que imaginavam, precisam agir rápido para desvendar as pistas que lhes são dadas.
A julgar pela sinopse parece que a produção será somente mais uma das milhares de cópias da franquia Jogos Mortais. Felizmente, eles conseguem fugir disso, obviamente a inspiração é forte, mas só porque o conceito dos jogos de Escape lembram a premissa de Jogos Mortais, então entramos naquela pergunta: quem veio antes, o ovo ou a galinha? Além do contexto principal, a trama não traz nada inovador, é apenas um mistura de várias produções já lançadas, o que não tira o brilho do filme.
O diretor Adam Robitel não traz em seu currículo nenhuma produção que valha a pena ser lembrada, mas desta vez ele acertou em cheio. Ele consegue transmitir a real sensação de estar preso em uma sala de escape e faz isso sem entregar as pistas antes que os próprios personagens descubram. Isso é ótimo pois consegue criar um clima de tensão que perdura do início ao fim do filme. Comumente em filmes deste estilo, a direção opta por abusar do gore e sempre tem miolos e sangue espalhados por todo o lado, Escape Room consegue fugir disso, e entrega mortes sinistras sem apelar para a chuva de sangue em cena.
A escolha do elenco também foi assertiva. Os seis personagens conseguem despertar algo no espectador, seja empatia ou um ranço forte. Quando você menos espera, está torcendo por este ou aquele personagem, para que resolvam o quebra-cabeça mais rápido, mérito de um roteiro bem executado com atores competentes. Dentre os protagonistas o único nome conhecido do grande público é Deborah Ann Woll que deu vida a Karen Page nas séries Marvel da Netflix, mas não é por isso que ela tem privilégios, todos os personagens estão no mesmo patamar e tem seu momento de brilhar em cena.
Como de costume, é difícil a produção que fuja dos clichês, e infelizmente aqui não é diferente. Os protagonistas, apesar de terem mais pontos positivos do que negativos, ainda são estereotipados e em alguns (poucos) momentos o roteiro usa do Deus Ex Machina para empurrar a trama adiante.
A fotografia é um gigantesco acerto. Todas as salas são pensadas de maneira que o espectador fique se questionando como resolvê-las. Obviamente existe uma pitada futurista e muitas coisas seriam impossíveis de se realizar na vida real, mas é tudo tão divertido e agoniante que ninguém liga.
A produção consegue pegar o espectador de jeito e mesmo os mais céticos ficarão até o fim nem que seja pela curiosidade. Os acertos superam os erros e os clichês clássicos do gênero, fazendo com que a produção seja no mínimo divertida. Ganchos foram deixados e provavelmente uma sequência será lançada, isso se já não estiver em produção pela Sony, e com certeza será muito bem-vinda, melhor ainda se não repetirem os erros cometidos aqui.
Escape Room é garantia de diversão. O filme vai te deixar colado na cadeira durante os 99 minutos de duração, e muito provavelmente você sairá do cinema com gostinho de quero mais. Sem dúvidas vale o ingresso!
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