A Netflix não pode ver uma ideia de série apocalíptica passando, que ela agarra com tudo. Betaal foi lançada ainda essa semana e é a mais nova série de zumbis do serviço de streaming. Depois de ter disponibilizado vários filmes e também ter criado a série The Kingdom, a sul-coreana do gênero – que comentamos também aqui – é a vez de a Índia dar as caras e mostrar que ela também pode produzir uma série sobre o tema, mesmo que um pouco, digamos, diferente.
Betaal é uma série 100% indiana e faz parte dessa tentativa da Netflix de expandir seus horizontes em busca de produções com outros países, além dos Estados Unidos. Ela foi escrita e co-dirigida por Patrick Graham, que anteriormente criou também Ghoul, e por Nikhil Mahajan. O roteiro é de Graham e Suhani Kanwar.
Mesmo sendo uma produção indiana, Betaal ainda foi desenvolvida com a parceria da Blumhouse Productions, responsável pelos filmes Corra!, Halloween e O Homem Invisível, que obtiveram bastante sucesso em suas estreias. Já o elenco é formado por Viineet Kumar, Aahana Kumra, Suchitra Pillai, Jitendra Joshi, Jatin Goswami, Manjiri Pupala e Syna Anand.
A série se passa em um vilarejo, onde uma empreiteira deseja construir um túnel. Vikram é o soldado responsável pela desapropriação da região para executar a obra. O que ele e seus colegas não esperavam era que o mesmo túnel fechado estava sendo guardado pelos moradores por conter uma maldição milenar. Apesar dos avisos, o caminho é aberto e a maldição liberada.
A continuação desse enredo é bem óbvia, moradores da região, aqueles que conhecem bem os costumes e as lendas locais, juntamente com a polícia indiana, precisam lutar para sobreviver à maldição Betaal, de um oficial do exército da Índia Britânica de mais de duzentos anos e seu batalhão de zumbis, que mais parecem morcegos escondidos na escuridão da caverna.
O primeiro capítulo, e na minha opinião, o melhor da série, foca nessa trama, para que possamos entender o que vai acontecer daí para frente. O espírito do coronel passa a ocupar o corpo da comandante da polícia, Tyagi e tenta convencer Vikram a entrar para a sua brigada de zumbis, trazendo a única menina que está no grupo tentando se salvar, Saanvi, para ser sacrificada e completar a maldição.
É muita informação para você? Agora imagina ver tudo isso em cenas quase nada nítidas, bem escuras e ainda se desdobrando em apenas 4 episódios, com uma média de 40 minutos. Betaal é uma série um tanto confusa, e se eu não soubesse que ela gostaria de ser levado a sério, acreditaria que se tratava de uma dessas séries trashs, meio anos 80, meio clipe do Michael Jackson.
Eu posso adiantar que você vai rir bastante, mesmo não sendo a intenção principal. É inevitável, quando se vê zumbis que conseguem se comunicar uns com os outros, correr, voar, lutar, tocar tambor e o que mais você quiser imaginar. Os sustos não são numerosos, na realidade tudo é meio óbvio. As maquiagens não são muito boas e os olhos brilhantes e esbugalhados dos personagens são definitivamente nada do que se pensaria encontrar em zumbis.
Para completar essa tentativa de enredo de terror, Betaal tenta incluir temas de relevância para a Índia, como a valorização da cultura local e a corrupção de obras públicas. Porém, tudo isso acaba desaparecendo em meio à confusão do que está acontecendo e fica inteiramente de plano de fundo, quase ignorado.
As atuações, no entanto, são muito boas, tanto Viineet quanto Suchitra levam as séries nas costas até o fim. Suchitra ficou realmente aterrorizante e misteriosa no papel.
Enfim, se você estiver no tédio da quarentena e ao mesmo tempo quiser ver uma série trash que te faça rir, Betaal é uma opção. Para todas as outras circunstâncias, ela é apenas passável e nada a ver com nada de zumbis que você já tenha visto na vida, esses são definitivamente outros seres, frutos da imaginação dos roteiristas.
Confira o trailer dessa temporada:
E você, já viu Betaal? Comente aí e deixe sua sugestão.
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