A Netflix vem acertando nos lançamentos de séries estrangeiras em seu catálogo. A última que eu pude ver é Amor e Anarquia (Kärlek & Anarki), terceira série sueca da plataforma de streaming (depois de Areia Movediça e O Jovem Wallander), divertida e romântica. Ela é muito fácil de ser maratonada, com seus oito episódios de mais ou menos 30 minutos cada um e ainda proporciona um momento de boas risadas para longe de todo drama que tem sido o ano de 2020.
Amor e anarquia foi criada por Lisa Langseth, que também dirige os episódios e é a roteirista ao lado de Alex Haridi, Amanda Högberg e Antonia Pyk. A série conta a história de Sofie Rydman (Ida Engvoll), uma consultora independente que trabalha em diversas empresas, buscando modernizá-las e salvá-las. Ela é contratada para trazer a editora Lund & Lagerstedt para o universo digital. Ela também é casada, tem dois filhos e uma vida sexual que parece ser frustrada, já que nas horas vagas, se distrai com filmes pornográficos.
Do outro lado, temos o funcionário de TI da editora, Max (Björn Mosten), um jovem estagiário, que divide apartamento com seus amigos e cultiva plantas, dentre elas, cannabis. Os dois começam a se desafiar no trabalho a fazer tarefas cada vez mais bizarras, que acabam levando a diversas consequências, inclusive um envolvimento amoroso.
Por essa trama, Amor e anarquia pode parecer ser mais uma série sobre romance no ambiente do trabalho, que já estamos familiarizados, inclusive pelo nosso próprio dia-a-dia. Porém, essa comédia romântica tem suas qualidades.
O primeiro aspecto que vale ser elencado em Amor e anarquia é a interação do casal. Os dois parecem estar muito à vontade em seus papéis, apesar de Björn Mosten ser ainda um ator pouco conhecido. A química entre os personagens é perceptível, sedutora e engraçada, mesmo com a diferença de idade. As brincadeiras são as mais malucas possíveis e nos fazem ficar pensando a todo momento: como eles conseguiram fazer tudo isso? Você teria coragem? Algumas delas, eu, definitivamente, não faria.
Não demora muito para percebermos o porquê de Sofie entrar em uma série de jogos com o jovem em Amor e anarquia: seu casamento, aparentemente perfeito, está bem longe disso, o que ela tem de bem sucedida em seu trabalho, ela tem de submissa ao seu marido, que procura controlar diversos aspectos de sua vida, inclusive seu relacionamento com o próprio pai. A personagem principal busca refúgio no seu ambiente de trabalho, onde consegue controlar tudo e foge da frustração de suas relações pessoais, mesmo aquelas representadas por seus amigos.
O mais interessante é que ao longo dos episódios de Amor e anarquia, os personagens vão se complexificando, passamos a conhecer seus medos e problemas pessoais, entender suas motivações e ver como os desafias de um para o outro é capaz de ajudá-los a superar seus obstáculos.
No fim, existe muito pouco de amor e anarquia na série. Podemos dizer que o amor vai se formando entre os dois personagens, começando apenas como brincadeira, depois interesse sexual, até ao final, surpreendente. A anarquia existe muito mais na visão do pai de Sofie, que está sempre contestando o governo e, obviamente, nos desafios propostos pelos dois personagens principais. Então, vale lembrar, se você tem algum tipo de tabu em ver pessoas nuas, já pode descartar essa série, porque nesse aspecto ela é bem anárquica.
Amor e anarquia é uma série muito boa para quem está procurando se distrair, dar boas risadas, ouvir um idioma diferente e conhecer outra cultura.
Você pode conferir a primeira temporada de Amor e Anarquia na Netflix.
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