Logo no começo de outubro, estreou A Maldição da Mansão Bly na Netflix, e, como a série era esperadíssima, ela permaneceu entre as mais vistas praticamente o mês inteiro. A série é antológica, ou seja, não tem ligação entre as temporadas, e vem depois de dois anos da estreia de A Maldição da Residência Hill, também de Mike Flanagan. Nós do Coletivo Nerd fizemos uma crítica fresquinha para vocês saberem o que achamos – sem spoilers – e também para comemorar o Halloween maratonando uma série de terror de qualidade, já que as festinhas estão proibidas neste período de pandemia.
A Maldição da Mansão Bly conta a história de Dani Clayton (Victoria Pedretti), uma jovem, com um passado doloroso, contratada para trabalhar em uma enorme mansão, cuidando dos dois sobrinhos de um homem rico, Henry Wingrave (Henry Thomas). Porém, a mansão guarda uma história estranha, na qual ocorreu o suicídio da antiga babá, bem como atitudes dos irmãos Flora (Amelie Bea Smith) e Miles (Benjamin Evan Ainsworth).
Assim como A Maldição da Residência Hill, A Maldição da Mansão Bly é baseada em uma obra literária, A Volta do Parafuso (The Turn of the Screw), escrito por Henry James, publicado em 1989 e que já foi alvo de algumas outras adaptações para o cinema. Como a história não seria o suficiente para desenvolver uma série muito longa, como a que temos – com 9 episódios de mais ou menos uma hora cada – Mike Flanagan utilizou, ainda, algumas outras histórias de Henry James juntamente com a do livro.
A primeira coisa curiosa que notamos ao começar a ver A Maldição da Mansão Bly são os atores, conhecidos da temporada anterior, e que são, de fato, muito bons. Aqui eles interpretam outros personagens, que me agradaram muito: Victoria Pedretti, Oliver Jackson-Cohen, Kate Siegel, Catherine Parker, Carla Gugino e Henry Thomas. É muito surpreendente ver as atuações exemplares, principalmente das crianças, bem como os sentimentos envolvidos, que vão muito além do terror, como o carinho da babá, transparente nos olhos de Victoria Pedretti.
O segundo aspecto da série é o terror, muito sutil, mas muito bem trabalhado, com momentos de suspense intensos, que nos fazem gelar de medo. Os fantasmas, assim como em A Maldição da Residência Hill, estão escondidos no fundo das cenas em quase todos os episódios e acabam criando um clima de esconde-esconde medonho. A diferença é que, em A Maldição da Mansão Bly, quase todas as assombrações tem uma história, que será revelada em algum momento, em algum episódio. Essa é uma sacada muito interessante, que alivia a curiosidade dos espectadores.
O terceiro ponto de A Maldição da Mansão Bly é que temos um “o que aconteceu depois de tudo isso”, surpreendente e necessário. Quando você achar que a série acabou por aí, que a história não tem mais para onde ir, você se enganou. O terror da série acaba indo além na sua narrativa e podemos classificar a história como dramática e até mesmo romântica. Os sustos que tomamos são poucos, mas as tragédias presentes na mansão são muitas.
Em resumo, A maldição da Mansão Bly é uma série de terror perfeita, na minha opinião. Elaborada com muita técnica, tal qual A Maldição da Residência Hill, mas um pouco mais sutil e emotiva. A série nos faz pensar em traumas e como tudo pelo o que passamos na vida pode nos afetar em relacionamentos e possíveis encontros. Todos os personagens passam por alguma situação ao longo da trama, e é muito interessante ir seguindo cada uma das histórias, por isso, temos muitos flashbacks, mistura de passado, presente, real e imaginário, focando cada episódio em um personagem.
O horror da mansão é latente e é impossível, para quem assiste, não sentir. Ele vai além das assombrações e envereda por caminhos mais sentimentais, que dão um toque especial à série, transbordando em um estilo próprio, bem elaborado, referências icônicas de terror e talento de produção e atuação. Recomendadíssima para os fãs de espíritos e casas mal assombradas.
Você pode conferir A Maldição da Mansão Bly na Netflix.
https://www.youtube.com/watch?v=5QHl7wRBfOU
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